Quedas do Iguaçu: alimentos orgânicos produzidos por trabalhadores e trabalhadoras

A semana de 17 abril, marca há quase três décadas, a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pela Reforma Agrária.

Ao longo da minha vida sempre defendi a regularização de terras improdutivas, que é essencial para garantir um futuro melhor para todos os trabalhadores e trabalhadoras incansáveis, que se dedicam à produção de alimentos e ao sustento de suas famílias.

A reforma agrária tem feito a diferença a favor da produção de alimentos saudáveis, gerando emprego, renda e fazendo com que chegue na mesa dos brasileiros alimentos sem veneno.

Hoje no Paraná são mais de 7 mil famílias em 83 áreas de acampamento que já está na luta pela consolidação do direito à terra, alguns formados há mais de 20 anos.

Entre acampadas e assentadas no Paraná, são mais de 30 mil famílias. Só na região Sudoeste há mais de 3 mil famílias.

Entre os municípios paranaenses que tiveram um forte impacto positivo em razão da reforma agrária, podemos destacar Rio Bonito do Iguaçu, Querência do Norte, Congonhinhas, Goioxim, Santa Maria do Oeste, Renascença, Centenário do Sul.

Na Lapa, o Assentamento Contestado, completou em fevereiro 25 anos de história com muita luta e dedicação dos camponeses e camponesas que lá vivem. A área pertencia ao grupo Incepa, que contraiu dívidas com a União e com vários bancos. Após alguns meses de ocupação, a área foi destinada para reforma agrária, onde foram assentadas 108 famílias – atualmente 160 moram na comunidade.

O assentamento é modelo na agroecologia, com famílias trabalhando na terra e produzindo alimentos saudáveis pela Cooperativa Terra Livre, 100% agroecológica. Além do posto de saúde, onde trabalham com medicamentos a base de ervas medicinais, medicina popular e integrativa.

A educação também é garantida na comunidade para as crianças pequenas, por meio da Ciranda Infantil, e para o ensino fundamental e médio, na Escola Municipal e no Colégio Estadual conquistados pelo assentamento. 

A reforma agrária produz para si, para vender e para fazer solidariedade. Mais de 600 toneladas de alimentos foram doados no Paraná, durante a pandemia, às famílias de baixa renda.

É fundamental que a sociedade compreenda a importância da reforma agrária, um caminho justo e solidário para promover a igualdade social, construindo um país mais inclusivo para todos.

Lavouras agroecológicas coletivas do assentamento Contestado. Foto: Wellington Lenon
Doação de alimentos em São Mateus do Sul. Foto: Ednubia Ghisi