O Brasil de 2030 estará entre os países mais desenvolvidos e mais democráticos do mundo. Será mais justo e menos desigual, como nunca antes em sua história.
Na última década, adotamos um modelo de desenvolvimento baseado no crescimento, na estabilidade e na inclusão social. Hoje somos a sexta economia mundial e estamos nos tornando um país de classe média, oferecendo oportunidades para todos os brasileiros. O Brasil de 2030 será a tradução de todo esse esforço que temos feito.
Não haverá pessoas vivendo em extrema pobreza no Brasil de 2030. Desde 2003 perseguimos radicalmente esse objetivo. Por meio do crescimento consistente da economia, da geração de empregos e de instrumentos efetivos de distribuição de renda, estamos chegando lá. Começamos com o Bolsa Família, no governo Lula, que abriu caminho para o Brasil sem Miséria. Elevamos 40 milhões de pessoas à classe média e continuamos, a cada dia, superando metas e desafios para garantir a inclusão dos que ainda vivem na extrema pobreza.
O Brasil de 2030 será um país que cuida de todas as suas crianças. Para isso, demos um grande passo com a criação do Brasil Carinhoso, que complementa a renda das famílias que tenham crianças até 6 anos de idade e uma renda menor que 70 reais per capita.
O Brasil de 2030 será também o país que garante acesso à creche, à educação em tempo integral, à formação técnica e superior a todos os brasileiros. Certamente, farão parte desse futuro os estudantes brasileiros que, por meio do programa Ciência sem Fronteiras, terão ampliado seus conhecimentos nas melhores universidades do mundo.
No Brasil de 2030, qualquer cidadão terá acesso a bons serviços e a um atendimento ágil na rede pública de saúde. Com mais recursos e investimentos numa gestão eficiente, estamos aprimorando e fortalecendo o SUS, um dos maiores sistemas públicos de atendimento universalizado do mundo.
Daqui a 18 anos, o Brasil será um país inovador e tecnologicamente desenvolvido, e também o país do pleno emprego e do empreendedorismo.
Manterá o ritmo de sua evolução nesta primeira década do século, quando foram criados mais de 19 milhões de empregos e formalizados mais de 2 milhões de microempreendedores.
Conseguimos antever também um Brasil mais moderno e competitivo na área de infraestrutura, na qual estamos investindo fortemente. O Plano de Investimento em Logística nas áreas de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos dará ao Brasil uma infraestrutura compatível com o seu tamanho e com as necessidades de sua população. Sem abrir mão de seu papel de planejamento e fiscalização, o Estado continuará, em parceria com a iniciativa privada, executando as medidas necessárias para sustentar o crescimento da economia, do emprego e da renda de todos os brasileiros.
O Brasil de 2030 estará colhendo os frutos da opção pela sustentabilidade. Crescer, incluir, proteger e preservar continuará sendo a base de nosso modelo de desenvolvimento. Ainda seremos um país com grandes reservas naturais, que explora racionalmente a sua biodiversidade e tem a matriz energética mais limpa e eficiente do mundo. Ao mesmo tempo, nas próximas décadas, o Brasil alimentará o mundo como maior produtor agropecuário do planeta.
Mantido o ritmo do nosso crescimento, a pujança da nossa democracia e a constante evolução social e econômica do nosso povo – e não vejo motivo para que essa trajetória venha a ser interrompida -, tenho certeza de que no Brasil de 2030 viverão os filhos da igualdade, da inclusão e da justiça social. Uma geração preparada para assumir as rédeas do seu país e viver os benefícios de uma era de prosperidade.
E assim que vejo o país do meu neto. Olho para o Gabriel com um misto natural de curiosidade e preocupação, como acontece com todos os avós. E toda vez que tento imaginá-lo com 20 anos, iniciando a sua vida adulta, começando a lutar para construir sua história pessoal, sou otimista. Eu o vejo, como a milhões de jovens de sua geração, vivendo bem em um Brasil feliz, generoso e justo com todos os seus cidadãos e cidadãs. Um Brasil orgulhoso de ser o que é: um grande país.
Dilma Rousseff é presidenta da República do Brasil
(Artigo publicado originalmente na revista Carta Capital)