Luciana apela aos poderes públicos que priorizem medidas de enfrentamento da violência contra as mulheres no Paraná
Curitiba, PR (18/07/2022) – A deputada estadual Luciana Rafagnin (PT-PR) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa na sessão desta segunda-feira (18) para, mais uma vez, protestar contra os frequentes assassinatos de mulheres, vítimas de feminicídio no Paraná. No último final de semana, municípios como Salto do Lontra, no Sudoeste do estado, e Guarapuava, na região central, testemunharam episódios dessa lamentável e bárbara realidade. A parlamentar, em seu pronunciamento, destacou os números da violência contra as mulheres e fez apelo tanto ao Legislativo Paranaense quanto ao governo do estado que priorizem ações, medidas e projetos de enfrentamento dessa violência.
“A gente vem para essa tribuna de coração partido e fica, muitas vezes, se sentindo impotente aqui porque a violência contra a mulher tem crescido e nós sabemos que ela precisa ser enfrentada de fato, precisa de uma ação mais rápida, no sentido de acabar ou ao menos diminuir essa violência”, disse Luciana. “A cada 24 minutos, uma mulher no nosso estado sofre algum tipo de violência. Isso significa que enquanto nós estamos aqui, usando o Pequeno Expediente, uma mulher é agredida. É muito triste isso!”, acrescentou. “
Luciana ressaltou que as estatísticas que retratam a escalada da violência contra as mulheres assustam, mas apresentam apenas parte do problema, visto que há subnotificação, em função do número grande de casos que sequer chegam a ser denunciados e que invisibilizam o sofrimento que ocorre em lares dos campos e das cidades. “Ainda são muitas as mulheres que não denunciam ou que têm medo da denúncia por não terem um lugar para ficarem protegidas depois”, disse.
Não tem graça!
“Precisamos aprovar mais projetos que fazem o enfrentamento e podem salvar a vida das mulheres”. Ao fazer apelo à Assembleia Legislativa sobre a necessidade de priorizar a tramitação de matérias dessa natureza, a deputada destacou iniciativas dela própria e de outros parlamentares que ainda precisam avançar nos trâmites legislativos para que se tornem realidade. É o caso de suas propostas: para criação de uma sala de atendimento especial às mulheres em situação de violência nas delegacias comuns dos municípios em que não há Delegacia da Mulher; da possibilidade de fazer a denúncia de maneira silenciosa, por mensagem de WhatsApp, e de construção de mais casas de apoio nas regiões do Paraná para abrigar com segurança mulheres e filhos em risco de sofrerem agressões se retornarem para seus lares.
A sobrevivência e a efetivação de políticas de autonomia econômica também são fundamentais no enfrentamento da violência. “É importante que as mulheres também possam se sentir amparadas financeiramente para poderem se reestruturarem e reorganizarem suas vidas”, disse Luciana. “O Executivo também precisa fazer a sua parte, na questão da segurança ou mesmo de termos discussão desse tema na educação”, disse Luciana. “Enquanto parlamentares, falo aqui aos colegas homens, em especial, nós precisamos parar de aceitar piadinhas, a gente precisa parar de aceitar que mulher continue sendo vista como objeto e propriedade do homem. Isso faz com que o homem se sinta dono da mulher, o que estimula ainda mais essa violência. Temos de fazer a nossa parte para dar um basta e salvar efetivamente a vida das mulheres”, concluiu.
Autor: Thea Tavares