Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) demonstram que o poder de compra do novo mínimo é o maior dos últimos 17 anos. O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira o salário mínimo de R$ 260. A remuneração representa o maior poder de compra para o trabalhador brasileiro desde 1994, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). A medida provisória enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue agora para o Senado Federal.
O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), defendeu o mínimo de R$ 260. Segundo ele, dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) demonstram que o poder de compra do novo mínimo é o maior dos últimos 17 anos.
Chinaglia ressaltou ainda que o governo Lula elevou de R$ 13 para R$ 20 o salário família para aquelas que recebem até 1,5 salário mínimo. “Além disso, as transferências de renda para quem está abaixo da linha da pobreza subiram de R$ 5 milhões para quase R$ 11 milhões. Estamos seguros do governo que representamos”, disse.
O deputado ressaltou que a aprovação da MP que eleva o valor do salário mínimo para R$260 foi uma vitória para o povo; “o trabalho agora é manter uma política permanente de recuperação do salário mínimo”, ressaltou. “Estamos seguros do trabalho que estamos fazendo”.
O líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho (PT-SP), elogiou a aprovação do mínimo de R$ 260. “Nós estamos transferindo renda com o novo salário. Conseguimos em muito pouco tempo recompor o patamar de compra do mínimo, que foi destruído no governo anterior”, afirmou.
A medida provisória foi relatada na comissão especial pelo deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), que sugeriu um salário mínimo de R$ 275. O relatório foi rejeitado pelo plenário por 266 votos, contra 167 a favor e 6 abstenções. Segundo avaliação da base aliada, a proposta comprometeria as contas da Previdência Social.
Declarações de voto
Cinco deputados petistas votaram a favor do salário mínimo de R$ 275. Chico Alencar (RJ), Doutora Clair (PR), Ivan Valente (SP), João Alfredo (CE) e Walter Pinheiro (BA) assinaram declaração de voto em apoio à proposta. Já os petistas Carlos Santana (RJ), Fátima Bezerra (RN), Ivo José (MG), Maria do Rosário (RS), Selma Schons (PR) e Wasny de Roure (DF) seguiram a decisão da bancada e votaram pelo salário mínimo de R$ 260. Mas divulgaram nota em que registraram discordância com o valor.(AI)