Uma reunião na Casa Civil nesta quinta-feira com ministros, presidentes de bancos e parlamentares vai discutir a decisão da Parmalat/Brasil de pedir concordata. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, após encontro no final da tarde desta quarta-feira com o presidente da comissão especial da Parmalat, deputado Waldemir Moka (PMDB-MS), e com o relator, deputado Miguel Assis Couto (PT-PR). “O pedido de concordata surpreendeu a todos e precisamos agir rápido para evitar maiores prejuízos para os produtores e trabalhadores brasileiros”, afirmou Miguel Couto.
Segundo o relator, o encontro ainda não tem hora marcada, mas já está confirmada a participação de representantes dos ministérios da Agricultura, da Fazenda e da Justiça, do Banco do Brasil, do Banco Central, além dos integrantes da comissão especial da Câmara. Segundo o ministro Roberto Rodrigues, a preocupação do governo é garantir que os produtores continuem tendo remuneração neste momento e evitar que no período de entressafra haja o desabastecimento de leite. Miguel Couto disse que do encontro na Casa Civil pode sair uma solução emergencial para a situação. Existem propostas como a compra direta do leite pelo governo, via Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) ou a abertura de uma linha de crédito para os pequenos produtores.
Audiência – A comissão especial realizou nesta quarta-feira a sua primeira audiência pública. Os parlamentares discutiram a crise na Parmalat com representantes do setor leiteiro. A maioria dos participantes defendeu a intervenção na empresa para proteger os pequenos produtores e trabalhadores. Mas a medida é inviável do ponto de vista jurídico. Ficou definido que será estudada uma alternativa legal para que as pessoas prejudicadas pela crise da Parmalat possam acompanhar o trabalho do comitê constituído para fiscalizar a empresa. Os integrantes da comissão vão se reunir nesta quinta-feira, com o juiz Carlos Henrique Abraão, responsável pelo processo de concordata da Parmalat e pela comissão fiscalizadora da empresa. Ainda não estão definidos horários e local do encontro. Vai depender da agenda do juiz, que trabalha em São Paulo.
Roteiro de trabalho – A comissão aprovou também nesta semana o seu roteiro de trabalho. São 17 requerimentos para audiências públicas com os dirigentes e os atuais administradores da empresa, como produtores de leite e derivados, com trabalhadores da Parmalat e com representantes de instituições financeiras. Está previsto também encontro da comissão com parlamentares da CPMI do Banestado.
A comissão quer ouvir também o diretor-geral da Policia Federal, Paulo Fernando da Costa Lacerda; o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid; e os presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; do Banco do Brasil, Cássio Casseb; do BNDES, Carlos Lessa; e do Nordeste do Brasil, Roberto Smith.
Estados – O roteiro da comissão prevê também diligências nos estados: Bahia; Goiás; Mato Grosso do Sul; Minas Gerais; Paraná; Pernambuco; Rio de Janeiro; Rio Grande do Sul Rondônia e São Paulo.