
As Olimpíadas revelam histórias que nos emocionam, que nos comovem! O que dizer da história da atleta paranaense Valdileia Martins, especialista no salto em altura, com uma trajetória marcada pela resistência e dedicação ao esporte.
De Querência do Norte, Valdileia, filha de Israel Martins e Neusa Querino Martins, cresceu ao lado de sete irmãos no assentamento Pontal do Tigre, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Desde jovem, ajudava a família na produção de algodão e se destacou no esporte durante as aulas de educação física.
Foi seu professor Flávio Rodrigues dos Santos, que dava aulas de educação física no Colégio Estadual Centrão, quem notou o talento de Valdileia. A escola do campo, atendia crianças assentadas, filhos de pescadores e outros agricultores da região. Sem grandes estruturas para treinar, Valdileia utilizava materiais improvisados. Nos revezamentos, o bastão era uma espiga de milho. No salto em altura, a barra era adaptada com uma vara de pescar e, para reduzir o impacto das quedas, sacos de milho cheios de palha de arroz serviam como colchões.
Para reduzir o impacto das quedas, sacos de milho cheios de palha de arroz serviam como colchões.
Em 2003, Valdileia venceu sua primeira prova fora da escola. Mais de vinte anos depois, chegou à sua primeira Olimpíada. Durante sua participação em Paris, Valdileia enfrentou grandes desafios: perdeu seu pai no dia 29 de julho e sofreu uma lesão no tornozelo, que a levou a desistir da disputa final. Mesmo lesionada desde as eliminatórias, Valdileia continuou na disputa pela medalha
A história de resistência e superação de Valdileia é motivo de orgulho para todos os paranaenses.
Trajetórias como a dela inspiram outros atletas e demonstram a importância do investimento público no esporte. Em 2004, o Governo Lula lançou o programa federal Bolsa Atleta, que beneficiou Valdileia, permitindo-lhe viver do atletismo. Em 2024, o governo novamente investe significativamente no esporte, com um reajuste de 10,86% nos valores das bolsas, beneficiando atualmente 8.716 atletas.
Perdeu o pai recentemente, igualou o recorde brasileiro feminino, foi para final, se lesionou e não desistiu. A Valdileia Martins é gigante!
Tudo que temos a dizer é obrigada!