Para o Paraná são 10 milhões de reais. Um total de R$ 10 milhões para o Paraná, é o valor confirmado pela Companhia Nacional de Abastecimento – Conab – para Aquisições do Governo Federal
Para o Paraná são 10 milhões de reais. Um total de R$ 10 milhões para o Paraná, é o valor confirmado pela Companhia Nacional de Abastecimento – Conab – para Aquisições do Governo Federal, que devem servir como forma de manter o preço mínimo do trigo no Estado. Preocupado com a urgência do momento, já que a Região Sudoeste do Paraná está colhendo o trigo, o deputado federal Assis Miguel do Couto (PT-PR) entrou em contato com dirigentes da Conab em Brasília, para obter informações acerca da medidas já anunciadas pelo Governo Federal e para garantir o preço do produto no mercado.
Segundo a Conab, os recursos estarão disponibilizados nesta semana e o limite anunciado é de 800 sacos por produtor, que poderá vender o trigo a R$ 400,00 a tonelada – cerca de R$ 24,00 a saca de trigo do TIPO 1.
O deputado Assis explica que com tal critério o Governo Federal amplia os beneficiários do programa, sobretudo a agricultores familiares, que têm menor poder de barganha no mercado. Segundo a Companhia, o produto deverá estar depositado em armazéns credenciados pela Conab. Para tanto, os agricultores familiares que têm interesse em vender o trigo via AGF, devem procurar as cooperativas o mais rápido possível.
A medida colocada em prática faz parte de uma estratégia do Governo Federal que tem como objetivo apoiar a comercialização de 1,6 milhão de toneladas de trigo e devem sustentar os preços de cerca de 30% de toda a produção nacional.
Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin, os produtores e cooperativas terão recursos para sustentar os preços que, em algumas regiões, já estão abaixo do mínimo de R$ 400 por tonelada. Isso significa garantir a renda na segunda maior safra da história (próxima a 6,1 milhões de toneladas, valor abaixo apenas dos 6,2 milhões de toneladas da safra 1986/1987).
Além de AGFs, o Governo anunciou outras duas medidas: leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e lançamento de contratos de opção de venda. O PEP auxiliará no deslocamento de trigo do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul para as regiões Norte e Nordeste do País. O governo estima lançar até 800 mil toneladas de PEP para o trigo e o objetivo é garantir o preço mínimo ao produtor e possibilitar a compra de trigo nacional pelos moinhos do Norte e Nordeste, tradicionais importadores do produto.
O principal motivo da queda dos preços nesta safra é a redução das cotações externas, ocasionada pelo aumento da produção e dos estoques mundiais. Os preços atuais inviabilizam as exportações brasileiras de trigo, um quadro diferente do ocorrido na safra colhida em 2003. De dezembro de 2003 até hoje, foram exportadas 1,38 milhão de toneladas de trigo brasileiro. O deputado Assis esteve em contato também com o diretor de agronegócios do Banco do Brasil, Delci Alcântara, que garantiu que os recursos já estão disponíveis para operacionalização dos AGFs, dependendo apenas da Conab organizar a demanda e liberar o dinheiro. Outra opção para o produtor de trigo são os EGFs – Empréstimos do Governo Federal – que já estão disponíveis nas agências do Banco do Brasil e que podem ser acessados via cooperativas. Além disso, o governo também analisa a extensão da Linha Especial de Crédito à Comercialização (LEC) para o trigo de forma a destinar mais recursos ao financiamento da estocagem. (CG)