A avicultura paranaense responde por cerca de 27% da produção nacional defrango, pela exportação de um milhão de toneladas e pela geração de renda na ordem de R$ 5,4 bilhões. São 19 mil produtores, 60 mil postos de trabalhos diretos e outros 600 mil indiretos.

Crise da Avicultura

Curitiba, PR (10/12/2012) – Em reunião na manhã desta segunda-feira (10), os deputados que integram blocos e comissões ligados ao setor produtivo da agropecuária, cooperativismo, agricultura familiar e agroindústria decidiram somar forças com as entidades patronais e de trabalhadores do setor e com a bancada federal para pressionar os governos do estado e da União na busca de soluções para a crise da avicultura. Uma comissão desses parlamentares vai redigir um documento a fim de reforçar o pedido feito pelas organizações ligadas à agricultura no mês de setembro. O segmento da avicultura paranaense responde por cerca de 27% da produção nacional de aves de corte, pela exportação de um milhão de toneladas e pela geração de renda na ordem de R$ 5,4 bilhões (dados de 2011 – SEAB/Deral). Envolve 19 mil produtores; gera 60 mil postos de trabalhos diretos e outros cerca de 600 mil empregos indiretos. A atual crise do setor tem origem na elevação dos preços do milho e da soja no mercado mundial, somados a problemas decorrentes da gestão administrativa das indústrias.
No documento encaminhado aos governos, especialmente ao Ministério da Agricultura (Mapa), Desenvolvimento Agrário (MDA) e Casa Civil da Presidência da República, os deputados vão reforçar pedidos para liberação de recursos para financiamentos por parte do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – a longo prazo e com juros reduzidos, criação de linha específica para capital de giro a ser negociada pelo governo do estado em Brasília e renegociação das dívidas das indústrias e dos avicultores junto aos bancos. A ideia é de que essa renegociação passe pela prorrogação da parcela de financiamento que está por vencer, seja pelo adiamento dessa quitação no final do contrato ou por um mínimo de dois anos. Foi mencionado na reunião também da importância de reivindicar para o estado apoio na aquisição de milho dos estoques da Conab para suprir a demanda por ração nos aviários, além de compensação do ICMS e de defender que os frigoríficos que receberem incentivos para recuperação da crise priorizem a reinserção dos produtores integrados.
O caso dramático dos avicultores integrados ao frigorífico Diplomata também foi alvo dos debates dos deputados na ALEP nesta segunda-feira, assim como a preocupação com a situação dos funcionários da indústrias, especialmente os trabalhadores com menor tempo de empresa, que, uma vez demitidos, estariam sem condições de acessar o seguro desemprego por falta do recibo de pagamento do fundo de garantia pelo frigorífico. Os deputados lembraram ainda que, em Brasília, tem avançado junto à Presidenta Dilma o entendimento sobre a desoneração da folha de pagamento medida pelo governo federal em 19%.
Integram inicialmente a comissão de deputados estaduais: Luciana Rafagnin (PT), Pedro Lupion (DEM), Nélson Luersen (PDT), André Bueno (PDT), Teruo Kato (PMDB), Jonas Guimarães (PMDB) e Francisco Bührer (PSDB), que se fizeram presentes na reunião. Também participaram do debate o deputado federal Leopoldo Meyer (PSB), o chefe do Departamento de Economia Rural da SEAB, Francisco Simioni, representando o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, o superintendente da Ocepar, José Roberto Ricken, o diretor da FAEP, João Luiz Rodrigues Biscaia, diretor do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná, Ícaro Fiechter, o assessor de Diretoria do BRDE, Alexandre Accioly, e o assessor do deputado federal Assis do Couto (PT), Ilário Zarembski.

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