Reunião na sede da APP serviu para iniciar movimento, que poderá resultar em plebiscito popular sobre o tema.
Da Liderança do PT na ALep (Laura Sica)
Reunião na sede da APP-Sindicato, em Curitiba, nesta quarta-feira (20) entre lideranças sindicais e de movimentos sociais e parlamentares serviu para iniciar uma articulação popular do campo e da cidade contra as políticas neoliberais em curso no Paraná, a exemplo do que ocorre em outros Estados. A intenção do movimento é a formação de uma ampla rede de entidades por todo o Estado para discutir a questão das tarifas públicas, especialmente a de energia. Conforme os organizadores, está em discussão inicial um possível plebiscito popular sobre o tema.
De acordo com Antônio Goulart, do Sindicato dos Engenheiros (Senge), as políticas neoliberais se expressam, sobretudo, nos pedágios, valor cobrado pela água, taxas (como do Detran, que tiveram aumento estratosférico) e principalmente na energia. Goulart lembra que o Paraná não renovou as concessões de geração de energia nos moldes da Medida Provisória 579, fazendo somente a renovação para os contratos de transmissão, o que vem impedindo uma redução mais significativa no valor cobrado pela energia, como pretende o governo federal.
A questão tributária, segundo Goulart, também precisa ser revista. De acordo com ele e com Robson Formica, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), governos estaduais vêm promovendo renúncias fiscais para grandes grupos empresariais e mantendo altos tributos nos serviços públicos. “Isto incide sobre o consumo e quem paga são os mais pobres”, disse Goulart.
Para fazer frente a estes problemas e à falta de discussão democrática na mídia do Estado (na qual a pesada verba publicitária do governo compra o silêncio dos veículos), a campanha quer ganhar volume e novos adeptos, para envolver todo o Estaado. Em maio, haverá um seminário para aprofundar o tema, enquanto as organizações que já ingressaram na articulação já assumiram que em todas as suas jornadas de luta o tema das tarifas públicas será pautado. O Encontro Estadual da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e a Jornada Unitária de Lutas da Fetraf/Via Campesina já contarão com as tarifas públicas em seu temário. Já a realização do plebiscito popular, como ressalta Goulart, está em estágio inicial de discussão.
Participaram do encontro representantes da Coordenação dos Movimentos Sociais do Paraná (CMS-PR), Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (Feab), Senge, Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR), APP-Sindicato, Plataforma Operário-Camponesa para Energia, Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro), MAB, Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Química (Sindiquímica-PR), Consulta Popular, MST, Sindicato dos Jornalistas (Sindijor), jornal Brasil de Fato, além dos deputados estaduais Luciana Rafagnin, Enio Verri, Elton Welter e Tadeu Veneri.
Larissa Mazaloti – Assessoria de Imprensa – imprensa@lucianapt.org