“Estamos bebendo veneno na água que consumimos e pagando mais caro na tarifa. Além disso, se fará festa em cima das lágrimas e do sofrimento das famílias atingidas por barragens que tiveram seus direitos atropelados”, disse Luciana.

Foto: Foto: Divulgação/ALEP

Em discurso na sessão desta segunda-feira (22) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a deputada estadual Luciana Rafagnin (PT) criticou a contaminação das águas do Paraná, o aumento na tarifa de água e esgoto e o atropelo dos direitos dos atingidos por barragens, especialmente das mais de 100 famílias atingidas pela usina hidrelétrica do Baixo Iguaçu, entre Capanema e Capitão Leônidas Marques. “Estamos bebendo veneno na água que consumimos e pagando mais caro na tarifa, por causa do aumento de 12,13% que foi autorizado pela Agência Reguladora do Paraná (Agepar)”, se referindo à contaminação das águas pelo uso indiscriminado de agrotóxicos.

A parlamentar ainda lembrou que, desde o início do ano, o governo de Bolsonaro já liberou o uso de mais de 150 novos agrotóxicos para serem despejados nas lavouras brasileiras. O Paraná é o segundo estado com maior quantidade de cidades em que foi detectada a presença de coquetel venenoso, formado por 27 agrotóxicos, nas suas águas. São 326 municípios paranaenses, segundo dados do sistema de vigilância da qualidade da água (Sisagua, 2014-2017).

Direitos atropelados

Nesta manhã, famílias atingidas pela UHE Baixo Iguaçu protestaram em frente ao escritório da Copel de Capitão Leônidas Marques, exigindo respostas à pauta de reivindicações do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que vem sendo entregue ao governo do estado, à Copel, acionista do consórcio, e aos organismos ambientais desde fevereiro deste ano, sem qualquer retorno das autoridades. Desde que o governo autorizou a emissão de licenças à usina para operação e funcionamento, no início deste ano, sem o cumprimento das condicionantes, os direitos das famílias foram literalmente por água abaixo.

Na região do Baixo Iguaçu, muitas famílias estão vendo a água do lago se aproximar de suas casas sem terem a perspectiva de serem reassentadas ou justamente indenizadas pelas perdas. “Fala-se em inauguração oficial dessa obra para o mês que vem. Estão prestes a fazer festa em cima das lágrimas e do sofrimento das famílias que tiveram seus direitos atropelados”, disse Luciana. A deputada destacou que o lucro líquido da Copel em 2018 foi de R$ 1,4 bilhão e o da Neoenergia, R$ 1,6 bilhão.

Autor: Thea Tavares

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