
Nesta sexta-feira,16, estive em Bituruna, no pavilhão da comunidade Cascata, do Assentamento 12 de abril, acompanhando mais uma Assembleia Popular de Mobilização Permanente pela Reforma Agrária do Paraná, que compõe a agenda itinerante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Muito importante a iniciativa do Incra em realizar as Assembleias Populares pela Reforma Agrária, para buscar solução de diversas demandas que se arrastam há anos na luta das famílias Sem Terra.
No Assentamento 12 de Abril é urgente a regularização fundiária e a recuperação e melhoria das estradas, para que os agricultores tenham condição de transitar e comercializar seus produtos.
Também é preciso incentivar o consumo e o uso nas mais diferentes formas da erva-mate, produto agroecológico e cultivado na região, o que agregaria mais renda aos produtores, fortalecendo a cadeia produtiva. E também é preciso cobrar da Copel e do Governo do Estado energia elétrica para as famílias assentadas.
No Paraná existe um passivo grande na demanda pela reforma agrária. São 83 acampamentos, formados por cerca de 7 mil famílias, espalhadas por todas as regiões do estado. Algumas foram iniciadas há mais de 30 anos, e ainda aguardam pela efetivação da Reforma Agrária.
As áreas ocupadas cumprem os requisitos para serem desapropriadas e destinadas à Reforma Agrária, por terem sido do narcotráfico, serem improdutivas, terem casos registrados de trabalho escravo, crimes ambientais ou dívidas com a União, entre outras situações.
Apesar da demora na efetivação dos assentamentos, as famílias Sem Terra têm avançado na produção de alimentos e na organização das comunidades, com construção de espaços comunitários, igrejas, mercados, 17 hortas comunitárias e nove escolas itinerantes.
Desde o início da pandemia, mais de 1100 toneladas de alimentos foram partilhadas por famílias do MST para moradores urbanos, em solidariedade ao avanço da fome em todo o país. Grande parte destas doações vieram de famílias ainda acampadas.
Eu vim da agricultura, do Movimento Sindical junto com o MST, há 40 anos, e sempre irei lutar pelo acesso à terra, a uma vida digna, pelos direitos dos companheiros e companheiras sem-terra!
Contem comigo nessa luta!





