Maria da Silva: alegria em ver sua atividade reconhecida em lei.


O presidente Lula sancionou projeto de lei que regulamenta o exercício da musicoterapia no Brasil. A partir de agora será obrigatório o diploma de graduação ou pós-graduação em musicoterapia para que alguém possa praticar a atividade.

Mas quem comprovar que já exercia a atividade pelo menos 5 anos antes da publicação da lei, também estará autorizado a atuar como musicoterapeuta. Esses profissionais terão o prazo de 2 anos para se capacitarem e estarem aptos a atuar, seguindo as regras da Ubam- União Brasileira das Associações de Musicoterapia.

A musicoterapeuta Maria da Silva (foto), de Salto do Lontra, não contém a alegria ao saber que o presidente Lula sancionou a lei . Ela atende, há três anos, cerca de 40 idosos no município, e com a regulamentação, diz que os profissionais terão que se capacitar para administrar a terapia.

Segundo ela, a musicoterapia para alguns é vista como um lazer, mas é uma terapia que exige muita técnica. ” Trabalhamos o emocional, o equilibro e isso exige técnicas, é importante entender o paciente. A depressão, o isolamento, as dores nas juntas dos idosos melhoram significativamente com a música. Levamos qualidade de vida e bem-estar aos pacientes”, diz Maria, que tem especialização da Faculdade Censupeg, campus Cascavel.

A musicoterapia já foi reconhecida na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e os profissionais atuam nos Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e Sistema Único de Saúde (SUS), tendo sido inseridos na equipe multiprofissional da assistência social por resolução do Conselho Nacional de Assistência Social de 2011.

Mas a regulamentação da profissão é importante porque há pesquisas que evidenciam que “o uso inapropriado da música pode gerar danos psicológicos, físicos, fisiológicos e relacionais”. Com a aprovação da lei , os tratamentos serão realizados apenas por profissionais qualificados.

Cheley Almeida da Silva: regulamentação da atividade é uma forma de valorização do profissional.

Para a musicoterapeuta Cheley Almeida da Silva, que atende crianças neurodivergentes em Pato Branco, Capitão Leônidas Marques e Realeza, a regulamentação da atividade é uma forma de valorização do profissional.

“Demos um passo importante, para agora lutarmos pela criação de um Conselho Estadual de Musicoterapia e para que a profissão seja inserida no rol de atendimento dos planos de saúde, regulado pela Agência Nacional de Saúde.(ANS).”, comemora.

Como funciona a Musicoterapia

A musicoterapia é uma ciência que utiliza músicas com vozes ou somente na forma instrumental, sendo normalmente indicada para auxiliar no tratamento de condições de saúde, como ansiedade, estresse, transtorno do espectro autista, dor crônica, Alzheimer ou AVC, por exemplo, pois possui diversos benefícios como melhorar o humor, concentração, memória, movimentos e o raciocínio lógico.

Esse tipo de terapia pode ser feito, de forma individual ou em grupo, apenas escutando a música, cantando, dançando ou tocando instrumentos musicais, como violão, flauta e outros de percussão, onde o objetivo não é aprender a cantar ou tocar um instrumento, mas saber reconhecer os sons de cada um ter a possibilidade de expressar suas emoções através destes sons.

Sempre apoiei a regulamentação da atividade. Musicoterapeutas, contem comigo por mais lutas no reconhecimento e na valorização da profissão.

A música é um alento, um remédio, que cura as doenças da alma!