Jornada de Agroecologia espera reunir seis mil pessoas em Cascavel Curitiba, PR (25/05/2005) – Inicia nesta quarta-feira (25/05) e vai até o próximo sábado (dia 28) o 4º Encontro da Jornada de Agroecologia no Centro de Convenções e Eventos de Cascavel, re

Jornada de Agroecologia espera reunir seis mil pessoas em Cascavel Curitiba, PR (25/05/2005) – Inicia nesta quarta-feira (25/05) e vai até o próximo sábado (dia 28) o 4º Encontro da Jornada de Agroecologia no Centro de Convenções e Eventos de Cascavel, região Oeste do Paraná. As entidades promotoras do evento esperam reunir cerca de seis mil pessoas ao longo dos quatro dias de programação. As atividade em Cascavel começam com uma entrevista coletiva, às 13h, no auditório do Centro de Eventos (Av. Rocha Pombo, 987), e continuam com a abertura oficial na Praça da Catedral, às 13h30, com a presença de diversas autoridades, seguida de uma marcha pela Avenida Brasil até o local do encontro.

O 4º Encontro da Jornada vai discutir propostas de políticas públicas voltadas para a agroecologia, em especial nas áreas de crédito rural, pesquisa, assistência técnica e extensão rural, agroindustrialização e educação para o campo, além de temas ligados diretamente ao lema da Jornada: “Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos”. A Jornada de Agroecologia é uma articulação permanente de entidades ligadas ao campesinato — como o MST, a Comissão Pastoral da Terra (CPT-PR), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), das mulheres camponesas (MMC) e dos atingidos por barragens (MAB e CRABI) —, ao movimento sindical da agricultura familiar — como A Fetraf-Sul/CUT e os sindicatos de trabalhadores rurais —, às associações e cooperativas de produção (AOPA, CAPA, Rede Ecovida) e de crédito (Sistema Cresol), as ONG’s que atuam nestes setores, é o caso do Terra de Direitos, do Deser, da AS-PTA, da Assesoar, da Fundação Rureco, do Instituto Equipe e do IAF, e, também, ligadas aos fóruns microrregionais de entidades.

A marcha dos participantes do evento pelas ruas da cidade de Cascavel defenderá o status do Paraná como uma referência em agroecologia e área livre de transgênicos. A Jornada quer cobrar, também, a aplicação da legislação brasileira, que determina que os alimentos geneticamente modificados ou que possuam mais de 1% de matéria-prima transgênica em sua composição sejam rotulados. Está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa do Paraná um projeto de lei (194/2005), de autoria da deputada estadual Luciana Rafagnin, que exige a rotulagem dos OGMs. A deputada participará da abertura da Jornada e da marcha em Cascavel.

No segundo dia (26/05), os debates se darão em torno da análise do modelo atual de desenvolvimento, pautada no agronegócio, nas estratégias das grandes empresas transnacionais e no aumento desenfreado do desmatamento. Os palestrantes desse dia são Sílvia Ribeiro, da ONG ETC — Erosão, Tecnologia e Concentração —, com sede no Canadá e no México, que detém uma opinião crítica do monopólio da vida pelas empresas transnacionais, e João Pedro Stédile, representante do movimento internacional Via Campesina no Brasil e membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Acontecerão ainda dez oficinas temáticas e atividades culturais.

Na sexta-feira (27/05), acontecerão as formulações de propostas de políticas públicas para a agroecologia na agricultura familiar e, para isso, as palestras abordarão o conceito de agroecologia, o significado dessa proposta para a vida e sobre como enfrentar o monopólio das transnacionais dos trangênicos, dos agrotóxicos e, agora, da nanotecnologia. Cerca de 17 oficinas discutirão essas propostas de políticas públicas.

Entre os conferencistas desse dia estão o Secretário Nacional da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Valter Bianchini, o cientista e ambientalista Sebastião Pinheiro e a agricultora e engenheira agrônoma, com doutorado em agroecologia, Ana Maria Primavesi. Esta última, é autora do livro “A Biocenose do Solo”, que foi motivo de perseguição política à autora pelo regime militar, no auge da Revolução Verde no Brasil, quando ela era professora da Universidade federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Hoje, a autora se dedica à agricultura ecológica no interior de São Paulo e viaja o mundo todo, proferindo palestras em universidades e fóruns de debate da agroecologia. Sua produção literária é muito reconhecida em toda a América Latina, a ponto de lhe render a cátedra Ana Primavesi na Universidade de Havana, em Cuba. Ela é, também, cidadã honorária do Paraná, com título conferido pela Assembléia Legislativa do Estado por solicitação das entidades que compõem a Jornada de Agroecologia.

No sábado (28/05), último dia do encontro, acontecerá um grande ato de apresentação dessas propostas de políticas públicas formuladas pela Jornada. Está prevista a participação do governador do estado, Roberto Requião. Também foi convidado a participar do evento o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto.

Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207-PR)

Assessoria de Imprensa da Jornada: (45) 3229-5943 / 3227-1458 / 3227-5616, com as jornalistas Aline, Cássia, Raquel, Solange ou Thea.

Maiores informações, na internet: www.jornadadeagroecologia.com.br

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