“Não havia motivo para os deputados mudarem o voto. Nós discutimos durante um mês na Casa, fomos pedir informações no Planalto e o presidente Lula nos recebeu pessoalmente para apresentar os números que demostram
A Câmara dos Deputados rejeitou o projeto de lei de conversão do Senado que previa um salário mínimo de R$ 275. A Câmara dos Deputados rejeitou, nesta quarta-feira, o projeto de lei de conversão do Senado que previa um salário mínimo de R$ 275. Desta forma, vai a promulgação a medida provisória do governo federal aprovada pela Câmara no dia 2 de junho, que reajusta o salário mínimo para R$ 260.
Foram 271 votos contra o projeto de conversão e 172 votos a favor, além de 4 abstenções. Os líderes do PT, PMDB, PP, PTB, PSB, PL, PC do B e PSL orientaram o voto contrário ao mínimo de R$ 275.
Deputados petistas consideram que aprovação do valor defendido pelo governo federal demonstra o senso de responsabilidade das bancadas do PT e de partidos aliados. “Cada R$ 15 a mais representariam R$ 3 bilhões a menos em investimentos no Brasil”, destacou o deputado Carlito Merss (SC).
Segundo o líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, o resultado já era esperado, já que as discussões sobre a matéria foram intensas no último mês e a bancada do PT e dos aliados estavam convencidas de que os R$ 260 eram o maior valor possível.
“Não havia motivo para os deputados mudarem o voto. Nós discutimos durante um mês na Casa, fomos pedir informações no Planalto e o presidente Lula nos recebeu pessoalmente para apresentar os números que demostram que este é o maior valor possível do salário mínimo”, afirmou Chinaglia.
O líder ressaltou que este é o maior valor do salário mínimo dos últimos 17 anos e que um aumento ainda maior prejudicaria programas de transferência de renda como o Bolsa Escola e o Bolsa Família. De acordo com Chinaglia, um trabalhador que ganhe um salário mínimo e tenha três filhos chegará a ganhar até R$ 365 com os programas de transferência de renda. “Não vejo ninguém com mais autoridade social que o presidente Lula”, afirmou.
O deputado disse ainda que a proposta do PSDB e do PFL de elevar o mínimo para R$ 275 “não é para valer”. “Prova disso é que a Comissão do Orçamento aprovou, por unanimidade, um salário mínimo de R$ 256”, disse.
Chinaglia lembrou que o PT defende, conforme resolução aprovada pela Executiva no final de maio, uma política permanente de valorização do salário mínimo.
Ao comemorar a confirmação do valor de R$ 260 para o salário mínimo, o líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho (PT-SP), disse que “venceu a razão, venceu a responsabilidade com o futuro do país. A luta política não nos ajuda. Temos que criar confiança, segurança, para que o investimento interno e externo continue”.
“Respeitosamente, o choro é livre. A oposição esteve oito anos no governo e nosso salário mínimo, no segundo ano do governo Lula, é maior que quatro governos passados”, afirmou Chinaglia.