Como melhor ampliar e melhorar a qualidade da educação no campo foi o tema de uma audiência pública.
Como melhor ampliar e melhorar a qualidade da educação no campo foi o tema de uma audiência pública realizada pelos deputados Professor Lemos (PT) e Luciana Rafagnin (PT), na tarde desta quinta-feira (2), no Plenário da Assembleia Legislativa. “Assegurar no Brasil e no Paraná uma educação no campo de qualidade é umas das nossas metas, ao discutir esse tema”, disse Lemos. Para a deputada petista há uma necessidade de se investir em políticas públicas que incentivem o jovem a estudar e ficar no campo. “O campo esta ficando cada vez mais velho, porque os jovens não têm incentivos para nele permanecer. Eles precisam de educação, lazer e interação com o mundo através da internet”, comentou.
“A base do conhecimento é uma boa educação, tanto no campo quanto na cidade. Por isso temos que lutar pela qualidade do ensino”, afirmou o deputado Rasca Rodrigues (PV). O evento, com diversos representantes de gestores das políticas públicas na área, universidades e lideranças dos movimentos sociais da agricultura familiar e camponesa, também visou pautar e discutir propostas ao Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no Congresso Nacional.
Avanços – A diretora de Políticas para a Educação no Campo e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), Viviane Fernandes Farias, comentou que nos últimos dez anos houve um avanço significativo na questão da educação no campo. Antes deste período, segundo ela, o tema era tratado de forma tímida, não sendo considerada uma modalidade de ensino e sem políticas públicas específicas à área. “O MEC tem uma preocupação grande com a educação no campo, porque hoje ela tem os piores índices de alfabetização. Precisamos reverter estes índices, por isso, dentro das diretrizes do Plano Nacional da Educação (PNE), há metas específicas voltadas aos alunos do campo”, disse. Ainda de acordo com ela, o Ministério está se articulando com estados e municípios para que, juntos, eles fomentem, difundam e articulem políticas que incentivem a construção de escolas, mantenham as que já estão funcionando e invistam em transporte e treinamento de professores.
Raio x – De acordo com a coordenadora da Educação Escolar do Campo, da Secretaria Estadual da Educação, Claudia Regina Chagas, o Governo do Paraná está realizando reuniões com as entidades e comunidades camponesas para discutir uma pauta de reivindicações. “Estamos fazendo um raio x completo da situação para depois poder apresentar propostas que contemplem estas localidades com infraesturura adequada”, afirmou. Segundo ela, que representou o secretário estadual de Educação, Flávio Arns, o Governo, para poder melhorar o acesso das pessoas do campo à educação está colhendo sugestões e propostas.
Membro do Conselho Estadual de Educação, Arnaldo Vicente chamou a atenção para a qualificação destes profissionais. “Os professores que trabalham com alunos do campo precisam de formação continuada. Acho que este é um dos maiores desafios”, disse.
Propostas – O deputado Professor Lemos (PT) também chamou a atenção para a falta de locais adequados para que os alunos estudem, falta de bibliotecas, laboratórios e de informática nestas localidades.
Maria Isabel Grein, coordenadora do Movimento dos Sem Terra (MST) no setor de Educação, explanou sobre a situação da educação do campo e criticou o fechamento de inúmeras escolas e a falta de bibliotecas, quadras esportivas e de laboratórios de ciências e de informática. Também chamou a atenção para a necessidade de um transporte escolar de qualidade. O representante da Fetraf/Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul), Diego Sigmar Kowald e da Fetaep (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná), Marcio José Serenini, apresentaram sugestões e propostas para consolidar uma Política Nacional de Educação do Campo, como transporte escolar intracampo; construção e adequação de escolas para esta modalidade e programas específicos que combatam o analfabetismo no campo.
Autor: Thaís Faccio