De acordo com dados do Sebrae, em 10 anos, número de mulheres empreendedoras cresceu duas vezes mais na comparação com os homens.

Não basta apenas dividir a força de trabalho com os homens. Elas querem ser donas do próprio negócio, e estão cada vez mais preparadas para isso. As mulheres já são maioria (52%) entre os microempreendedores com menos de três anos de atividades no País, segundo pesquisa divulgada pelo Sebrae. A expressiva participação delas no mundo dos pequenos negócios é a confirmação de uma tendência verificada na última década. De 2002 a 2012, ainda conforme o mesmo estudo, o volume de mulheres microempreendedoras cresceu 18%, ritmo muito mais intenso do que a alta de 8% verificada entre os homens, no mesmo período.

“As mulheres deixaram de ser aquelas que complementam a renda. Muitas delas já são responsáveis pela maior parte da renda, além de cuidarem da casa, dos filhos e do empreendimento”, observa a deputada Luciana Rafagnin.

Não é exagero. Pesquisa do Sebrae mostra que as empresárias estão cada vez mais assumindo importância na vida familiar e sendo as responsáveis pelo sustento da casa.

Em uma década, o número de mulheres empreendedoras e que são chefes de família teve um salto de 70%, aumentando de 27% há dez anos para 39%.

O consultor do Sebrae Paraná, Rubens Fernandes Negrão, diz que o aquecimento do microempreendedorismo de uma forma geral e entre o sexo feminino especificamente também tem a ver com a ascensão social da classe C. “Com o aumento da renda per capita na classe C, as pessoas acabam se permitindo à realização do sonho de abrir o seu negócio, de empreender. É uma tendência as mulheres deixarem os serviços domésticos e se voltarem ou para o mercado de trabalho ou para o empreendimento”, avalia.

De outra forma, o grau de instrução também explica por que elas tendem a se estabelecer mais do que eles no empreendedorismo. As mulheres têm mais tempo médio de estudo do que os homens (8,8 anos contra 7,2) e estão mais escolarizadas também.

A pesquisa do Sebrae apontou que 66% têm o Ensino Completo ou mais, índice 17 pontos percentuais acima da média apresentada pelo grupo masculino.

Essa capacitação tem sido determinante para que as novas empresas que surgem no mercado resistam aos dois primeiros anos de atividades, tempo de maturação considerado padrão para a sobrevida de um empreendimento.

O índice de mortalidade dos novos empreendimentos caiu pela metade no País – e o Paraná seguiu essa tendência, de acordo com Rubens Negrão. “De cada 100 empresas abertas no Paraná, 25 fecham as portas nos dois primeiros anos. No Brasil, são 23 a cada 100. Em 2004, esse índice no País e no nosso Estado era de 50%. E queremos reduzir esse percentual ainda mais”, afirma o consultor do Sebrae no Paraná.
 

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