Derrame é doença que mais mata no país e Saúde alerta sobre importância da prevençãoDo Portal do PlanaltoO Ministério da Saúde está alertando a população brasileira sobre os perigos dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), popularmente conhecidos como derrames. A doença é a principal causa de mortes no país, com quase 100 mil vítimas fatais registradas em 2010. “Para que consigamos reduzir a taxa de mortalidade é fundamental que a população recorra aos serviços de saúde”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha nesta segunda-feira (29), dia mundial de combate à doença.“Mas, também é necessário que as pessoas se empenhem em adotar hábitos de vida mais saudáveis. A atividade física, sob supervisão adequada, é benéfica para a saúde em geral e retarda o aparecimento de doenças importantes, como o AVC”, acrescentou o ministro. No mundo, o AVC é a segunda causa de mortes. A doença afeta cerca de 16 milhões de pessoas nos diferentes países a cada ano. Deste total, seis milhões morrem – ou seja, 38%.Ano passado, foram realizadas 179.185 internações por AVC (isquêmico e hemorrágico), que custaram R$ 197,9 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Para ampliar a assistência às vítimas, o Ministério da Saúde investirá R$ 437 milhões no SUS até 2014. Deste total, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Os outros R$ 96 milhões serão investidos na incorporação e oferta de um medicamento (trombolítico alteplase), específico para pacientes com AVC isquêmico.Aplicado até quatro horas e meia depois dos primeiros sintomas, o medicamento diminui em 30% o risco de sequelas do AVC. Isso significa a recuperação do quadro neurológico de mais pacientes comparando-se com aqueles que não recebem o tratamento com alteplase, além de reduzir em 18% a mortalidade.Os sintomas mais comuns do Acidente Vascular Cerebral são a perda de força muscular de um lado do corpo, fala enrolada, desvio da boca para um lado do rosto, sensação de formigamento no braço, dores de cabeça súbita ou intensa, tontura, náusea e vômito.AvançosApesar de ainda ocupar o primeiro lugar no ranking geral de óbitos, a taxa de mortalidade por AVC no Brasil, na faixa etária que considera esses óbitos como mais evitáveis – isto é, até os 70 anos de idade, foi reduzida em 32,6% entre 2000 e 2010.Neste período, o índice caiu de 27,3 para 18,4 mortes para cada 100 mil habitantes nesta faixa etária, o que representa uma redução média anual de 3,2%. Em 2010, foram registrados 33.369 óbitos de pessoas com até 70 anos, por AVC.Atendimento aos pacientesEm casos de identificação dos sinais do AVC, a Saúde recomenda a chamada urgente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo número 192. “Em caso de AVC ou qualquer outra urgência, o atendimento rápido pode minimizar o risco de morte ou seqüelas”, afirma Paulo de Tarso Abrahão, coordenador de Urgência e Emergência do ministério.A doença ocorre devido à alteração na circulação cerebral. No AVC isquêmico há a obstrução de um vaso sanguíneo cerebral, levando à diminuição da circulação em determinada região do cérebro. No hemorrágico, acontece a ruptura de um vaso sanguíneo, com sangramento dentro do cérebro. Os principais fatores de risco são a hipertensão, o diabetes, o colesterol elevado e o tabagismo.Com o aprimoramento de toda a rede de atendimento no SUS, o governo federal quer acelerar a redução da taxa de mortalidade por AVC. O Ministério da Saúde – que, este ano, instituiu a Linha do Cuidado do AVC – orienta que o tratamento deve incluir, necessariamente, a rede básica de saúde, o Samu 192, as unidades hospitalares de emergência e leitos de retaguarda, a reabilitação ambulatorial, o ambulatório especializado e os programas de atenção domiciliar, entre outras estratégias de atendimento à população.Atualmente, há mais de 200 hospitais com condições de realizar atendimentos a pacientes com AVC. As instituições são habilitadas como centros ou unidades que tratam vitimas da doença. Além disso, esses locais podem usar o medicamento alteplase para o tratamento às vitimas de AVC isquêmico.Serão criados 1.225 novos leitos em 151 municípios onde estão os 231 prontos-socorros responsáveis pelo atendimento de urgência e emergência especializado em AVC. A abertura dos novos leitos será definida, em conjunto, pelo governo federal, estados e municípios.
Fonte: Portal Planalto