Poema de Pedro Rosito de Oliveira, lido pelo autor durante audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado, no dia 28/06/2005, presidida pela deputada estadual Luciana Rafagnin

 Ouçam o causo, que vou contar neste dia mesmo sem muita alegria, porque ainda recordo as imagens, vou contar pra vocês o pesadelo que fez um ameaçado por barragem Certa noite deitei cansado Tive um sonho desgraçado Que parecia realidade Eu só sei que aquele dia Eu e minha família, estava lá na cidade, não lembro o nome mas era uma cidade grande Aquelas ruas se expande E um amontoado de construção e eu afogado pela poluição sem saber pra onde andar Com minha esposa fui falar, pedi uma opinião pra ela que também fez seu papel só podemos pagar aluguel se morarmos lá na favela Partimos para a tal favela onde alugamos duas peças, pensei agora começa a vir as conseqüências, arrumar emprego sem experiência aonde tem milhares de desempregados Estava ali amontoado, numa situação preocupante todo dia um tiroteio exposto ali no meio da polícia e os traficantes. Vários dias ali ficamos Até que não agüentei a saudade e falei pra minha mulher, fique aí se quiser, que eu vou embora pra minha cidade. Voltar foi a solução, já não havia outro jeito, a dor era grande no peito, de saudade da linha São João. Mas quando ali chegamos, algo estranho acontecia, meu mundo caiu por terra, ao começar a descer a serra, e ver que a água subia. Foi tão grande a minha magoa, naquele momento chorei, ao ver aonde me criei, tudo em baixo da água. Na beira do lago sentei, lagrimas e água se misturava e minha mente recordava, tudo o que la passei. Acabou minha esperança tudo para mim era castigo, a saudade dos amigos, do meu tempo de criança, aonde corria de carrinho, jogava bola, do sitio do meu avo, quando brincava de pegador la no pátio da escola. Me senti tão sozinho, no meio de tanta gente, só faltava os meus parentes e também os meus vizinhos. Não existe homem forte, que nesta hora não cai eu fiquei desesperado ao lembrar do lugarzinho sagrado aonde tombo meu velho pai. Acordei meio tristonho já tava clareando o dia, mas saltei de alegria, quando vi que era um sonho. Reuni o nosso povo e comecei a lhes dizer, nem que aja guerra exploração nas nossas terras, ninguém vai pode fazer. (Pedro Rosito de Oliveira).

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