Esta foi a primeira vez, desde 1997, que o índice do salário médio real aumentou na iniciativa privada. O número de trabalhadores com carteira assinada aumentou nos últimos doze meses. Este é um dos resultados da pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-Econômicos (Dieese) e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), segundo informações da Agência Brasil.
De acordo com a pesquisa, houve uma pequena variação entre os trabalhadores assalariados de 0,6%, decorrente da elevação no setor público de 8,7%. No setor privado, apesar da variação negativa (-0,5%), houve também um aumento de 1,2% nos assalariados com carteira assinada.
“Esta foi uma das causas do crescimento tanto da massa de rendimentos reais dos ocupados, quanto do salário médio. Já que, normalmente, contratos com salários e carteira assinada são melhores”, disse Clemente Gans Lúcio, coordenador técnico da pesquisa. Esta foi a primeira vez, desde 1997, que o índice do salário médio real (aumento dos salários descontada a inflação) aumentou na iniciativa privada.
Entre as causas do aumento estão a constante queda do índice de inflação e as negociações coletivas terem conseguido melhores resultados no último ano. “Com a queda da inflação, fica mais fácil nas negociações conseguir a reposição total das perdas nos reajustes dos salários” declarou Lúcio.
Sobre a manutenção do índice de desemprego em 19,1% da população economicamente ativa (pessoas empregadas e as pessoas que estão procurando emprego), a explicação do coordenador técnico é a relação de dois fatores que são normais nesta época do ano. Em janeiro, normalmente são fechadas as vagas de emprego temporárias criadas no final do ano e, ao mesmo tempo, muitos deixam de procurar emprego, já que conseguiram trabalhar no período das festas. Neste ano, foram fechados 103 mil postos de trabalho e 127 mil pessoas deixaram de procurar emprego, o que praticamente não altera o total de 1,87 milhão de desempregados na Grande São Paulo.(LA)