A missionária foi assassinada porque lutava contra a violência fundiária e grilagem de terra. Mais um envolvido no assassinato da missionária Dorothy Stang foi capturado no Pará. Clodoaldo Carlos Batista é o terceiro detido nas investigações. Ele foi denominado como Uilquelano de Souza Pinto, um nome de referência utilizado para a expedição do mandado de prisão.
Detido na localidade de Belo Monte, Clodoaldo presta depoimento nesta terça-feira (22) em Altamira. Outro acusado do crime, Rayfran das Neves, também está preso. Ontem, Rayfran mudou sua versão sobre o crime e disse ter sido contratado por Amair Freijole da Cunha, também detido. Amair seria o intermediário entre os assassinos e o pecuarista Vitalmiro Gonçalves de Moura, ainda foragido. A polícia espera sua rendição a qualquer momento.
A primeira versão de Rayfran era de que Francisco de Assis Souza, o Chiquinho, militante petista, teria sido o mandante do assassinato da missionária. “Chiquinho tem uma história de lutas de enfrentamento contra os segmentos envolvidos com o crime”, disse ontem ao Portal do PT o secretário-geral do PT do Pará, Marcos Antonio Pereira de Oliveira.
Para a senadora Ana Júlia (PT-PA), que preside a comissão especial do Senado que acompanha as investigações, a acusação contra o militante petista foi uma calúnia orientada pelos mandantes do crime. “O Chiquinho está inclusive ameaçado de morte”, afirmou. Chiquinho viaja hoje de Altamira, no Pará, para Brasília, para conversar com representante de seis ministérios sobre a violência contra trabalhadores rurais no Estado.
Dorothy Stang, naturalizada brasileira, foi assassinada no município de Anapu, interior do Pará, na manhã do dia 12 de fevereiro. Ela trabalhava há mais de 30 anos em defesa das causas ambientais e dos trabalhadores sem-terra. Dorothy denunciou várias ameaças de morte que recebia por conta de sua luta contra a violência fundiária e grilagem de terra.
Com informações da Agência Brasil.