Na tarde desta terça-feira, audiência pública da comissão reuniu o administrador provisório da Parmalat, Keyler Carvalho Rocha, e o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg. Esperado na reunião

As principais linhas do parecer apontam a responsabilidade da Parmalat na desestruturação do mercado de leite nacional. O relatório sobre a crise da Parmalat será distribuído nesta quinta-feira aos integrantes da comissão especial da Câmara e discutido na próxima semana, segundo informou o relator, deputado Assis Miguel do Couto (PT-PR). As principais linhas do parecer apontam a responsabilidade da Parmalat na desestruturação do mercado de leite nacional e os riscos impostos ao setor, além de propor medidas para reorganizar o segmento no curto prazo.

O parecer também conterá críticas ao atual modelo de produção do leite no país, sugestões sobre as medidas que deverão ser tomadas a respeito do parque industrial da empresa e recomendações dos fatos a serem apuradas por uma CPI. Durante audiência pública da comissão, foi informado que a CPI mista da Parmalat está formalizada e será instalada em breve, com a realização da primeira sessão do Congresso Nacional.

“Vamos fundamentar que o país tem hoje um modelo de produção de leite equivocado, numa atividade econômica essencial. O parecer também irá sugerir que o parque industrial da empresa seja assumido de forma fatiada pelas cooperativas locais e que a CPI deve apurar a incidência de crime financeiro, tributário e lavagem de dinheiro”, afirmou Assis Miguel.

Salvaguarda aos empregos

Na tarde desta terça-feira, audiência pública da comissão reuniu o administrador provisório da Parmalat, Keyler Carvalho Rocha, e o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg. Esperado na reunião, o juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Cível de São Paulo, não compareceu à audiência.

Segundo seu representante, Apoin Botelho, o juiz se ressente da falta de apoio do governo à medida judicial que determinou a intervenção na empresa. “O entendimento é que a medida do juiz salvaguardou seis mil empregos diretos e 90 mil indiretos”, afirmou Botelho. A medida determinou ainda o bloqueio de bens dos executivos responsáveis pela empresa.

Ao contrário do interventor da empresa, o deputado Assis Miguel do Couto disse considerar que a Parmalat no Brasil não é mais viável. “Não é mais possível a recuperação da empresa. A venda de ativos, como defende o interventor, não é viável. Ninguém mais acredita na Parmalat. Nem os bancos, que precisariam emprestar nem os produtores que precisam entregar leite”, considerou.

MP

O secretário Daniel Goldberg destacou que o governo acredita que as medidas a serem adotadas para solucionar a crise devem buscar preservar a operação da Parmalat, mas não incluem a edição de uma edição de MP específica para a empresa. “Os ativos da Parmalat valem mais em conjunto do que em separado. Há valores econômicos como marca, capacidade de distribuição, carteira de clientes e atuação no mercado que devem ser considerados”, disse.

No entanto, afirmou, é equivocada a percepção de que a edição de uma medida provisória poderia contribuir para a reestruturação da empresa. “A solução seria primeiro conceber uma reestruturação de dívida sólida. Um empréstimo-ponte de R$ 20 milhões não soluciona a situação de uma empresa que tem um passivo bancário de US$ 160 milhões”.(AI)

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