Uma análise de balanços divulgada hoje pela Folha de S. Paulo, mostra que, em três anos do governo Lula, empresas do setor produtivo superaram a lucratividade do setor financeiro, – resultado que revela política de apoio ao setor produtivo

Notícia extraída do site do PT Nacional, com base em informações da Folha On-line (29/08/2005)

Uma análise de balanços divulgada hoje pela Folha de S. Paulo, mostra que, em três anos do governo Lula, empresas do setor produtivo superaram a lucratividade do setor financeiro, – resultado que revela política de apoio ao setor produtivo, contra o governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso, que favoreceu as instituições financeiras. A comparação dos resultados das empresas no primeiro semestre de cada ano com os dos bancos, conforme dados da Economática para a América Latina, mostra que sob a gestão de Lula, ano após ano, elas superaram os ganhos do setor financeiro.

Segundo a reportagem, o lucro líquido do primeiro semestre das principais empresas com ações negociadas na Bolsa cresceu 71%, totalizando R$ 27,4 bilhões nos balanços encerrados em 30 de junho deste ano. Elas deixaram de apresentar altos e baixos nos resultados, como no passado, e neste ano aumentaram também as receitas, a margem operacional (lucro em relação às receitas), o patrimônio e a rentabilidade (lucro sobre o patrimônio líquido).

Governo FHC Já nos três últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso em apenas um deles (2000) o lucro semestral das empresas superou o dos bancos. O setor financeiro, por sua vez, continuou lucrando muito. O lucro dos bancos cresceu 49,3% entre o primeiro semestre de 2003 e igual período de 2005, totalizando R$ 9,2 bilhões em junho deste ano. Foram analisados os balanços semestrais de 220 companhias de capital aberto e de 14 grandes bancos, desde junho de 1999 até junho deste ano. Os dados excluem a Petrobras que, por seu porte, distorceria as comparações.

A amostra é considerada significativa, por avaliar, do lado do setor produtivo as maiores empresas de capital aberto de 16 setores da economia. No total, há 250 empresas não-financeiras na Bolsa, a amostra representa 88% desse universo. Já os 14 bancos são representativos do setor financeiro, bastante concentrado.

Capital e trabalho A comparação dos resultados dos dois pólos da economia mostra que a política econômica de Lula não favorece apenas bancos, nem é desfavorável para os trabalhadores. O emprego e a renda também cresceram no período, embora em ritmo e proporções menores. Foram criados 3,135 milhões de empregos formais desde janeiro de 2003, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. O rendimento médio real do trabalhador cresceu 1,1% no primeiro semestre de 2005 em relação a igual período de 2003, segundo cálculo com base em dados do Dieese.

Analistas apontam os fatores para os resultados: câmbio flutuante, Lei de Responsabilidade Fiscal, que permitiu uma rolagem melhor da dívida pública e investimentos feitos por empresas privadas. Lula teria contribuído com a expansão do crédito e uma taxa de juro real que é a metade da média praticada por FHC. No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, o juro real médio foi de 20% ao ano, caiu para 13% no segundo mandato, e com Lula, está em 10,3% ao ano, em média.

Lucro turbinado Setores da indústria questionam a análise, alegando que boa parte dos lucros registrados em balanço pelas empresas seria fictício, ou meramente contábil, por derivar da variação cambial.

O efeito positivo do câmbio sobre o lucro se dá quando o real se valoriza frente ao dólar produzindo uma redução da dívida das empresas -boa parte dela indexada em moeda estrangeira- e de suas despesas financeiras. Da mesma forma, quando o dólar sobe destrói o lucro das empresas ao aumentar sua dívida. Nos três anos de governo do PT, o dólar, que disparou com o favoritismo de Lula na corrida eleitoral, teve desvalorização de 33,5% até junho deste ano.

Lucro cambial e operacional Segundo a análise de economistas, na Folha, esse raciocínio explicaria apenas parte do que ocorreu na vida real das empresas, pois o lucro líquido teria sido turbinado pelo efeito cambial, embora o lucro operacional tenha sido alto nesses anos.

O lucro operacional mostra o ganho obtido exclusivamente com a atividade própria da empresa. E ele cresceu 60,8% no governo Lula, totalizando R$ 46,9 bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo dados da Economática obtidos nos balanços das 220 empresas de capital aberto.

O resultado da atividade das empresas teria dado um grande salto em 2004, segundo os dados divulgados. No ano passado, as empresas beneficiaram-se do crescimento da economia -o PIB cresceu quase 5%- e dos ganhos com exportações.

(As informações são da Folha On-Line – www.folhaonline.com.br)

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