Da assessoria da Fetraf-Sul/CUT

Depois de vivenciar 150 dias de estiagem no final de 2011 e início de 2012, os agricultores familiares de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul voltam a sofrer com a falta de chuva na região que já ultrapassa 30 dias. A FETRAF-SUL/CUT está preocupada com a situação e foi em busca de informações nas regiões dos três Estados.

A preocupação em geral é com os produtores de leite e com os agricultores familiares que já iniciaram a produção. Segundo o presidente do sindicato de Coronel Vivida – PR, Eder Borba, já se percebe a diminuição na produção de leite. “As pastagens não se desenvolveram e muitos agricultores já utilizaram toda a silagem disponível para a alimentação animal”, disse.

Ivolnei Tenroller, presidente do Sintraf de Dionísio Cerqueira, extremo-oeste de Santa Catarina, afirma que a situação é semelhante a de outras regiões e que nesta época do ano não é normal chover tão pouco. “Essa é a época em que se renovam as pastagens, planta-se milho e fumo aqui na nossa região. As mudas estão prontas para ser plantadas, mas sem chuva não é possível. Esperamos medidas mais efetivas do governo Federal principalmente em estruturação para irrigação”, afirmou Tenroller.

No município de Humaitá – RS, a preocupação é com a falta de água. “Além das pastagens e produção prejudicadas, aqui no município algumas propriedades já sofrem com a falta de água, alguns poços e rios menores já secaram. A situação é alarmante”, disse a presidente do sindicato, Eni Back. Em Guaraciaba – SC, vinte famílias estão recebendo água dos caminhões de bombeiro. “Não temos previsão de chuva e a tendência é piorar”, disse Ivonir Scapin, presidente do Sindicato.

João Valdir da Silva, coordenador do sindicato de Capanema – PR lembrou que na região não chove a 35 dias e que os agricultores familiares já buscam o sindicato para acessar o crédito emergencial. “Não existe uma política do governo do Estado para amenizar a situação, a esperança de todos está no crédito emergencial e os agricultores tem procurado massivamente o sindicato para isso”, disse Silva.

A FETRAF-SUL/CUT está em “estado de alerta” e os coordenadores estão em busca de novas soluções para a seca. “As medidas anunciadas pelo governo Federal ainda não chegaram para o agricultor que já se preocupa com uma nova estiagem”, disse o coordenador da FETRAF-SUL/CUT no Paraná, Neveraldo Oliboni. O coordenador da Federação em Santa Catarina, Alexandre Bergamin, aponta que os agricultores que efetuaram o plantio na metade de agosto perderam 70% das sementes que não nasceram por falta de chuva. No Rio Grande do Sul, segundo a coordenadora Estadual da FETRAF-SUL/CUT, Cleonice Back, mesmo com as medidas do governo Estadual os agricultores familiares já sofrem com a seca nesta época do ano.

O coordenador geral da FETRAF-SUL/CUT, Celso Ludwig, afirma que é preciso mobilizar os sindicatos para pressionar o governo Federal a liberar o Crédito Emergencial na próxima semana. Uma possível conversa com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, está prevista para a quinta-feira, 13, em Chapecó.

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