Artigo de opinião, de autoria da deputada estadual Luciana Rafagnin (PT).

 Várias maneiras de olhar as pesquisas e a inflação

(*) Luciana Rafagnin


A presidenta Dilma Roussef é a grande favorita às eleições do próximo ano. A se manter a intenção de votos registrada nas pesquisas, ele vence no primeiro turno, pois terá mais votos do que a soma de seus adversários.

Esta é a conclusão insofismável que se pode tirar das duas pesquisas publicadas nos últimos dias: Datafolha e CTN-MDA. Os números são parecidos. De acordo com esta última, Dilma tem a preferência de 52,8% dos eleitores, contra 17% de Aécio Neves, 12,5% de Marina Silva e 3,7% de Eduardo Campos. No universo daqueles que optaram por um candidato, Dilma obteve 61,4% das indicações, contra 38,6% dos demais concorrentes somados.

No entanto, a maioria das análises divulgadas pelos principais meios de comunicação ressaltou a queda na aprovação do governo Dilma, queda de oito pontos porcentuais, significativa se vista de uma forma isolada, mas completamente insuficiente para embasar a impressão que se tenta provocar: a de um desabamento.

Não há nada disso. O jornalista Jânio de Freitas, na própria “Folha de S. Paulo”, mostra como uma coisa é a realidade, outra é a forma como se quer enxergar essa realidade. O jornalista compara os dados da pesquisa Datafolha relativos ao governo Dilma com os números alcançados pelos ex-presidentes FHC e Lula com os mesmos dois anos e meio dos respectivos primeiros mandatos. Conclusão: Dilma está melhor, muito melhor que os antecessores. FHC tinha 39% de ótimo/bom. Lula, 36%. E nenhum dos dois teve problemas para se reeleger.

A inflação é considerada a principal responsável pela queda de oito pontos na aprovação do governo. Mas, de acordo com o jornalista, “não foi propriamente a inflação sentida, foi a inflação ouvida e lida”. Explica-se: a “alta” da inflação não deve levá-la acima de 6,5% ao ano. A maioria dos analistas fala em descontrole. Ora, no final do governo FHC, a inflação projetada para 2013 era de 40%. Foi assim que Lula começou a governar.

Porém, esses mesmos analistas consideravam (e continuam considerando) FHC como o construtor da estabilidade.

A maioria absoluta dos eleitores, que apoia Dilma e seu governo, “sente” a inflação de uma forma real, nem menor nem maior do que de fato é. O tamanho da inflação e o modo como o governo a enfrenta significam, hoje, 52% de preferência por Dilma. Ou mais de 60% dos votos válidos.

(*) Luciana Rafagnin é deputada estadual, líder do PT
na Assembleia Legislativa do Paraná

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