“Além do nosso próprio benefício, é importante a gente mostrar para as outras pessoas que nem mesmo uma deficiência pode limitar alguém”

A deputada Luciana Rafagnin iniciou seu pronunciamento no grande expediente desta segunda-feira (02), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), apresentando parte dos atletas da seleção Brasileira, campeã de Handebol em Cadeira de Rodas, que relataram sua trajetória de conquistas aos deputados, através do professor e presidente da Associação Brasileira de Handebol em Cadeira de Rodas (Abrhacar), Décio Roberto Calegari.
Ao saudar os atletas e parabenizar os professores a deputada Luciana disse que a homenagem a eles é muito justa, pois após os primeiros jogos de handebol em cadeira de rodas, que começou em 2005, as equipes não pararam mais. “Eles criaram a federação em 2007, se prepararam, se desafiaram, participaram dos primeiros campeonatos em 2009 e já, em 2013, quando a nossa capital sediou o primeiro campeonato mundial, com a participação do Brasil, da Argentina, Austrália, Bolívia, Chile, Colômbia, Uruguai e Venezuela, essa nossa equipe sagrou-se campeã em todas as categorias, nos dando uma lição de vida, de superação dos desafios e dos limites que nós temos, nos deixando uma certeza de que é possível vencer sempre, basta ter vontade”, ressaltou Luciana.
O professor Décio, disse em seu pronunciamento e apresentação do histórico de competições que, embora a seleção tenha sido formada em uma trajetória rápida, o trabalho foi árduo, que a equipe participou intensamente de todas as competições, tanto no sulamericano – que precedeu o campeonato mundial – como venceu em sete categorias no mundial, vindo a ser reconhecida pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro. “Agora temos já o comprometimento do comitê, de que o handebol em cadeira de rodas deve entrar no Programa Paraolímpico, em 2020, no Japão.” Ele disse ainda que os investimentos ainda são aquém do necessário e que espera que os deputados olhem com atenção para essa modalidade que vive um momento especial, também no esporte.
Os atletas Vanderleia Gimenes, 35 e Almir Calegari, 48, que hoje tem em comum o gosto pelo handebol e o título de campeões mundiais, trazem histórias muito distintas, no percurso que os levou para essa modalidade. Ela perdeu os movimentos das pernas quando tinha um ano e meio, ao contrair Poliomielite e ele perdeu as pernas num acidente, quando já era jovem. Ambos são treinados pelo professor Décio e contam que o esporte lhes dá independência, saúde e qualidade de vida. “Além do nosso próprio benefício, é importante a gente mostrar para as outras pessoas que nem mesmo uma deficiência pode limitar alguém”, assegura Valmir.
A adaptação do handebol para cadeira de rodas foi tese de mestrado do professor Décio, e segundo ele, hoje já rendeu outras quatro teses.