Confira alguns dos principais destaques do evento que reuniu 2.478 mulheres de todas as raças e crenças para discutir uma política nacional para elas. Negras, índias, pardas, brancas, independentes, sindicalizadas, apartidárias

Confira alguns dos principais destaques do evento que reuniu 2.478 mulheres de todas as raças e crenças para discutir uma política nacional para elas. Negras, índias, pardas, brancas, independentes, sindicalizadas, apartidárias, integrantes do governo. Durante os dias 15, 16 e 17 do mês de julho, 2.478 mulheres das mais diferentes classes, raças, posições sociais e políticas reuniram-se, pela primeira vez na história do país, em torno de um único objetivo: discutir as bases de uma política pública específica para as mulheres.

Realizada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres após um inédito processo democrático de consulta popular sobre políticas públicas de gênero, que teve início há dois meses em mais de 2.000 municípios espalhados pelas 27 unidades da Federação e reuniu em torno de 120 mil mulheres, a conferência delimitou as propostas que servirão de base para a elaboração do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, documento que deverá orientar a elaboração e implementação de políticas públicas em todas as áreas do governo com a inclusão da perspectiva da igualdade de gênero.

No evento, presidido pela ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, as 3.444 propostas levantadas pela consulta popular foram divididas em cinco eixos temáticos — enfrentamento da pobreza; superação da violência contra a mulher; promoção do bem-estar e qualidade de vida para as mulheres; efetivação dos direitos humanos das mulheres; e desenvolvimento de políticas de educação, cultura, comunicação e produção do conhecimento para a igualdade. As sugestões foram analisadas por grupos formados pelas 1.787 delegadas eleitas durante as conferências estaduais.

Na abertura da conferência, que contou com a participação do presidente Lula, sete mulheres com trajetórias de destaque na luta pela igualdade de gêneros foram homenageadas. A militante petista e feminista Clara Charf, que completou 79 anos no sábado (17), último dia da conferência, recebeu uma homenagem especial, ao ser nomeada pelo presidente a representante de todas as demais mulheres, anônimas ou não, que deixaram de ser citadas. Polêmicas

Diante de tamanha diversidade de participantes e propostas não faltaram pontos polêmicos e surpresas. Questões pungentes às brasileiras como ampliação da autonomia, diminuição do padrão da desigualdade no mercado de trabalho, criação de linhas de crédito específicas para as mulheres, maior apoio à saúde integral da mulher — não somente do ponto de vista da mulher como mãe, reprodutora, mas acima de tudo como mulher —, foram acatadas quase que por unanimidade.

Uma das maiores surpresas do evento foi a aprovação por 26 das 27 unidades da federação da proposta da revisão das leis que descriminalizam e legalizam o aborto. Segundo Clara Charf, tal fato indica que o debate sobre o assunto só começou, e a posição apresentada na conferência refletiu o que muitas mulheres pensam, mas nunca haviam tido a oportunidade de se

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