Um bom projeto leva anos desde a concepção até sua implantação. Mas quando chega é para ficar. É assim que vejo o Programa de Habitação Rural. As entidades representativas da agricultura familiar há muito tempo debatem e apresentam a reivindicação ao governo e eu tive a oportunidade, como deputada, de utilizar do Parlamento para apresentar a proposta em forma de projeto. O primeiro, ainda em 2000, foi aprovado pela Assembléia Legislativa e vetado pelo Governo Lerner. Na segunda tentativa, em 2003, foi transformado em indicação e encaminhado ao Governo Requião.

Enquanto isso participei de audiências com os governos Federal e Estadual e com a Cohapar contribuindo no debate para a viabilização do projeto. Acompanhei seminários e simpósios onde o tema tinha relevância. Ouvi opiniões das mais diversas, desde aquelas que mostravam inviabilidade, até as que colocam a habitação como um dos requisitos básicos para o desenvolvimento do meio rural. E esta é também a minha opinião.

Com alegria constatamos que tanto o Governo Federal como o Governo Estadual estão assumindo o projeto. O Governo Federal, através do Ministério das Cidades, comandado por Olívio Dutra, viabilizou recursos a fundo perdido no montante de R$ 4.500 por agricultor familiar. Neste ano serão 1.561 casas. Dessas, mil unidades são em parceria com o Governo do Estado e 561 em parceria com a Cresol e Fetraf-Sul.

Em março, estive em Cascavel, juntamente com o ministro das Cidades e o deputado federal Assis do Couto, participando do lançamento do Programa de Habitação Rural e, agora, no último dia 23 de abril, tive a oportunidade de participar da inauguração da primeira casa construída através do Programa de Habitação em parceria com a Cresol. Foi em Francisco Beltrão, na comunidade de Menino Jesus (família Uliana), quando vi de perto a importância do projeto e senti a emoção de um sonho realizado.

Essas casas simbolizam muitos anos de luta das entidades e de lideranças que acreditaram que o projeto é viável e indispensável para a melhoria da qualidade de vida do homem do campo. O projeto é um dos mais importantes dos últimos anos na luta contra o êxodo rural. Sinto-me realizada por ter participado de mais esta luta. Vi que todos os argumentos que usei, para mostrar a importância do projeto, são verdadeiros, e mais uma vez me certifiquei que as conquistas são fruto da organização.

Ao mesmo tempo alimentei esperanças de ver implantados tantos outros projetos com igual importância. Vendo uma conquista deste porte, sinto-me mais firme em continuar a defender a tese de que fazer política é lutar por projetos que transformam a realidade. A verdadeira política de resultado não é aquela que dá voto, mas aquela que cria condições para o pleno exercício da cidadania. Tenho certeza que Lula sabe disso.

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