Deputada participou de audiência do secretário Norberto Ortigara com 130 lideranças sem-terra esta manhã, representantes das mais de 26 mil famílias assentadas e acampadas no estado.

Reforma Agrária

Curitiba, PR (1º/06/2011) – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que até a sexta-feira (3) reúne mais de três mil agricultores em Curitiba nas atividades ligadas à sua jornada de lutas, entregou ao secretário da agricultura, Norberto Ortigara, ao presidente da Emater-PR, Rubens Ernesto Niederheitmann, e aos deputados Luciana Rafagnin (PT) e Elton Welter (PT), integrantes do Bloco Parlamentar da Agricultura Familiar na Assembleia Legislativa, sua pauta de reivindicações. Uma delegação composta por cerca de 130 sem-terra, representando as mais de 26 mil famílias assentadas e acampadas no Paraná, apresentou às autoridades as demandas para consolidar políticas de reforma agrária no estado nos próximos quatro anos.

 Os sem-terra reivindicaram do governo do estado um plano de metas para atendimento desses projetos estruturantes, especialmente no que diz respeito ao incentivo à cadeia produtiva do leite, à produção de café e ao investimento na área de insumos agroecológicos para beneficiar várias culturas. O MST também formalizou pedidos pontuais à SEAB em assistência técnica, para a disponibilização de 135 veículos às equipes profissionais, de apoio à Escola Latino-Americana de Agroecologia no município da Lapa, no cultivo de arroz irrigado de dois assentamentos, que somam cerca de 33% da produção paranaense, de apoio à estruturação de um armazém de comercialização dos produtos da reforma agrária e economia solidária na cidade de Curitiba e no sentido de estender as ações da SEAB nos territórios a todos os assentamentos do estado.

 Embora afirmasse que a SEAB não tem hoje dinheiro suficiente para bancar todas essas reivindicações, Ortigara se comprometeu a organizar ainda no mês de junho uma reunião de trabalho entre os técnicos da Secretaria e as lideranças do Movimento para planejar as obras e a execução orçamentária relativa a essas demandas no Plano Plurianual (PPA). Também sinalizou com a disponibilidade de técnicos do estado para atender os assentamentos, desde que pautados no cumprimento de metas e objetivos a serem alcançados, disse que vai levantar quantos veículos o governo tem disponíveis para colocar à disposição das equipes que atuam nos assentamentos e acampamentos de reforma agrária, e ficou de apreciar detalhadamente a parceria para estruturar a rede de comercialização dos produtos das cooperativas do MST na região de Curitiba. Ele ainda assumiu o compromisso de acelerar o programa de crédito fundiário: “queremos imprimir um rito seguro e mais rápido de acesso à terra via aquisição”, falou.

 A deputada Luciana, autora da proposta de aumentar a dotação anual da SEAB, destinando no mínimo 3% do orçamento do estado para a agricultura e, destes, pelo menos 50% para fortalecer a agricultura familiar. “O que se manifesta aqui, quando vemos esse auditório lotado, é a vontade de poder trabalhar da nossa gente. É isso o que as famílias sem-terra vêm pedir do governo do estado: apoio para melhorar a renda e a vida na roça”, disse Luciana. Amanhã (2/06), o MST terá audiência com o governador Beto Richa (PSDB), às 10h, no Palácio das Araucárias.

Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207-PR).

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