Deputada cobra do governo do estado medidas para reduzir os impactos da estiagem, como assistência técnica, proteção de nascentes, cisternas, poços artesianos e programa de irrigação de baixo custo.
Foto: Dálie Felberg/Alep.
Curitiba, PR (24/05/2021) – Em novo requerimento ao secretário de estado da Agricultura, Norberto Ortigara, protocolado na sessão da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta segunda-feira (24), a deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), líder do Bloco Parlamentar de Apoio à Agricultura Familiar, pede que o governo paranaense intensifique medidas para reduzir os impactos da estiagem na produção de alimentos e na comercialização, geradora de renda, desse segmento produtivo.
“É preciso investir em assistência técnica para orientar manejos adequados e formas de reduzir esses impactos da estiagem nas propriedades”, aponta a deputada Luciana. E ela sugere a priorização de investimentos nas áreas de preservação de nascentes e minas naturais de água, construção de cisternas onde for possível, perfuração de poços artesianos nas comunidades com escassez de água e na criação de um programa de irrigação para a agricultura familiar, com redução de custos.
No pedido formulado, a deputada destaca informações de um levantamento preliminar, feito por entidades da agricultura familiar, que aponta que os agricultores familiares paranaenses amargam sérios prejuízos na produção de grãos, na atividade leiteira e correm o risco de desabastecimento de água até mesmo para consumo humano por conta da estiagem, que já dura há mais de dois anos. Esse levantamento apontou também que, na produção de grãos, as culturas mais afetadas são as de milho safrinha e do feijão, variando entre 30% e 80% de perda, dependendo da localização da lavoura e da época do plantio.
“A perda na produção de grãos, especialmente o milho, tem como consequência imediata o aumento do custo de produção do leite, das aves e dos suínos, provocando impacto considerável na produção da agricultura familiar, que é quem coloca alimento na mesa dos paranaenses”, afirma a deputada. “A crise hídrica, além de afetar a produção de alimentos, tem preocupado a população rural com relação ao próprio consumo. Muitos agricultores têm acompanhado a diminuição da disponibilidade de água em suas propriedades e alguns já enfrentam a falta de água para uso em suas residências”, relata o texto do requerimento.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Paraná (Fetraf-PR), Elizandro Krajczyk, “a agricultura familiar sofre, hoje, por três fatores: a pandemia, que tem afetado a vida, a questão sanitária e a situação econômica dos nossos agricultores; a crise hídrica e a estiagem, que têm agravado ainda mais esse drama e, principalmente, sofre com a falta de atenção e de consideração por parte dos governantes, que não têm atendido nossas reivindicações”. “Em meio a toda essa problemática, os agricultores familiares têm perdido renda e produção. Na atividade do leite, principalmente, as famílias sofrem com a perspectiva de entrada de um inverno muito seco, o que dificulta as condições de viabilidade e de permanência dos agricultores familiares na atividade”, disse o presidente da Fetraf-PR.
A entidade sindical reivindica um auxílio emergencial, crédito emergencial e de fomento, renegociação de dívidas, entre outras questões, de modo que o governo proporcione uma condição mínima para que os produtores em regime de economia familiar enfrentem essa problemática. “Infelizmente, não fomos atendidos até o momento”, disse Elizandro.
Autor: Thea Tavares