O objetivo é formar uma base de dados com informações que permitam localizar produtos, quantidades e localização de toda a produção oriunda da agricultura familiar. Pela primeira vez na história o País vai contar com um levantamento de toda a oferta organizada da agricultura familiar. É o Cadastro Nacional das Organizações de Comercialização e das Agroindústrias de Agricultores Familiares e Assentados. Entre novembro de 2004 e fevereiro do ano que vem, cerca de 3,7 mil profissionais dos órgãos de assistência técnica dos Estados devem realizar 20 mil cadastros em todo o Brasil.
A iniciativa é uma parceria entre as secretarias de Agricultura Familiar (SAF) e de Desenvolvimento Territorial (SDT), ambas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O objetivo é formar uma base de dados com informações que permitam localizar produtos, quantidades e localização de toda a produção oriunda da agricultura familiar. “A ação vai nos permitir conhecer quais são os produtos da agricultura familiar e os assentamentos rurais organizados, seja em associações, cooperativas ou agroindústrias”, resumiu Claodete Solak, coordenadora técnica do cadastro. “Não se trata de um censo, mas nós pretendemos cadastrar o maior número possível dessas organizações para que elas possam se fortalecer”. destaca.
A base de dados incluirá informações sobre produtos convencionais, orgânicos e de iniciativa na economia solidária. Também terá um mapeamento da assistência técnica em cada localidade, dos financiamentos recebidos pelas organizações e do funcionamento delas – se formal ou não.
O cadastro vai subsidiar, por exemplo, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Atualmente, a falta dessas informações dificulta a elaboração de uma política de forma adequada”, ressaltou a coordenadora. O êxito do cadastro, no entanto, dependerá dos técnicos do Incra e das entidades sem fins lucrativos (ONGs) que prestam assessoria às agroindústrias, associações e cooperativas da agricultura familiar. “É importante que os técnicos passem os contatos para as Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) estaduais, para facilitar o trabalho e a visita dos executores do cadastro”, sugeriu Claodete Solak. O próximo passo é ampliar o cadastro. “A idéia é no ano que vem fazer novamente o levantamento, avaliando principalmente o processo de comercialização”. (CG)