Curitiba, PR (29/05/2008) – Nesta quinta-feira, o ministro da Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, em visita ao Paraná, se reuniu logo cedo com lideranças políticas de Francisco Beltrão. Entre estas, a deputada estadual e presidente do PT no Paraná, Luciana Rafagnin, o presidente do PT de Francisco Beltrão e pré-candidato à prefeitura local, Eduardo Scirea, e os vereadores do Partido, Irineu Miller e Cleber Fontana. O encontro foi na Capital e o debate colocado em pauta foi o futuro da unidade do Ibama na região Sudoeste, destinada à pesquisa em aqüicultura e pesca. Com a reestruturação do órgão federal responsável pelas políticas públicas de meio ambiente e a criação do Instituto Chico Mendes de Educação Ambiental, a unidade do Ibama em Beltrão poderá ser transferida para a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP), mas se não houver entendimento sobre o seu destino no município, ela pode fechar as portas. A deputada Luciana é partidária da permanência da estrutura na cidade e deseja que ela sirva à integração dos trabalhos e políticas públicas desenvolvidas pelo Ibama, pela SEAP e o Chico Mendes, pela Unioeste, SEAB e que haja interlocução entre estes órgãos e as ações dos movimentos sociais e da iniciativa privada.
O ministro Gregolin disse que tem interesse na manutenção da estrutura do Ibama em Beltrão, até pelos investimentos que o governo federal vem fazendo nessa área de aqüicultura e pesca e também porque a região Sudoeste é toda dividida em pequenas propriedades rurais e com potencial para a exploração econômica da atividade em tanques, açudes, rios e pela presença de boa quantidade de lagos dos reservatórios das usinas hidrelétricas que cercam a região. Já existe um projeto para instalar um parque de lazer dos moradores do bairro do Pinheirinho, na saída Norte da cidade. “Somos favoráveis à criação do Parque, mas defendemos que a prefeitura doe outro terreno para instalação e modernização da atual unidade do Ibama e não perca essa estrutura tão importante para potencializar o desenvolvimento econômico da região, a segurança alimentar, a educação ambiental, as pesquisas acadêmicas e para fomentar o turismo nas águas do Sudoeste”, argumentou o presidente do PT de Beltrão, Eduardo Scirea. “Sempre foi uma luta do PT de Beltrão trazer órgãos públicos e estruturas de governo para a região Sudoeste porque estamos convencidos de que a prestação desses serviços melhora a vida da população e estimula o desenvolvimento”, completou o vereador Irineu Miller.
Potencialidades regionais – O vereador Cleber Fontana lembra que com a criação do Instituto Chico Mendes, Francisco Beltrão também pode se tornar referência e principal articulador na educação ambiental da região. Ele, que já foi coordenador das atividades do IAP – Instituto Ambiental do Paraná no Sudoeste lembra que muitos municípios menores que Beltrão possuem escola de educação ambiental e fazem um trabalho direcionado para as crianças e a conscientização da população. “Aqui, não temos uma estrutura assim e manter a unidade do Ibama, trazendo junto os trabalhos do Instituto Chico Mendes, seria investir na sustentabilidade e na geração de renda”, disse.
Em sua última visita ao Paraná, o Presidente Lula lançou o programa “Águas e peixes para mais brasileiros”, por meio do qual o governo federal libera a utilização de águas da União (mar e lagos das hidrelétricas federais) para o cultivo de pescados em benefício da população ribeirinha. O PT do Sudoeste estima que em um raio de 250 Km em torno de Beltrão haja oito reservatórios de hidrelétricas. “Só o lago da usina de Salto Caxias tem aproximadamente 70 quilômetros de extensão e abrange nove municípios. A unidade da SEAP e do Chico Mendes seriam promotoras das políticas públicas do governo federal na região”, diz Fontana.
O ministro Gregolin falou às lideranças do Sudoeste sobre o otimismo que tem com relação à produção de peixes na política de segurança alimentar e nutricional. Além dos benefícios de oferecer um alimento mais saudável, a pesca é também uma alternativa que tem menor custo de produção. Ele citou a proporção de conversão da ração dos peixes em proteína e mostrou em números o quanto a oferta de carne é mais vantajosa na aqüicultura: peixes engordam mais rápido em menos tempo e necessitam de pequena quantidade de ração. A conversão alimentar dos peixes é de 1.3 Kg de ração por Kg de carne produzida, menor que a de aves de corte (1.8), a da produção de carne suína (2.5) e de carne bovina (10.0).
A deputada Luciana Rafagnin enfatizou que na região Sudoeste a Associação dos municípios do Lago de Salto Caxias mantém unidade de beneficiamento de pescados e que a 120Km dali, em Abelardo Luz-SC, será inaugurado um grande frigorífico de peixes com investimentos do governo federal. “Justamente agora que precisamos incrementar a produção de peixes e temos a chance de fornecer essa carne para os frigoríficos da região, não podemos perder uma unidade de pesquisa e de fomento de projetos que podem potencializar a cadeia produtiva do peixe no Sudoeste do Paraná. Temos de ter visão de futuro e compromisso com o desenvolvimento regional para benefício da população”, disse a deputada.
Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207-PR)