A criação de cooperativas tem sido um importante sinal do aumento do empreendedorismo das mulheres.
Do portal Mais Mulheres do Governo Federal
A criação de cooperativas tem sido um importante sinal do aumento do empreendedorismo das mulheres. No Brasil, 52% dos cooperados são mulheres.
Em uma comparação regional, o Norte conta com 59% de presença de mulheres em suas cooperativas contra 41% de presença de homens, de acordo com dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Essa relação mostra que as mulheres não só avançaram no mercado de trabalho, como também buscam unir-se em grupos para se desenvolverem juntas.
As atividades realizadas em cooperativas e em grupos de cooperação e ajuda mútua são mais ajustáveis à rotina das mulheres por muitas razões. Na maioria dos casos, os grupos são formados por mulheres que moram próximas e exercem atividades semelhantes.
Ao se organizarem em cooperativas, as mulheres aplicam princípios de gestão à sua produção e repartem de maneira igualitária o resultado de seu trabalho. De acordo com a OCB, a presença das mulheres é mais representativa nas cooperativas de crédito, agrícolas e têxteis.
Em regiões menos desenvolvidas, as cooperativas permitem às mulheres melhorar a qualidade de vida desenvolvendo uma atividade econômica importante que traz retorno para seu entorno.
“A cooperativa está muito associada à família, ao convívio social, aos princípios de igualdade”, afirma Maurício Alves, gerente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).
Foi essa dinâmica de igualdade que motivou a criação da Cooperativa de Mulheres da Baixada (Coomub), no Rio de Janeiro. Fundada em 2005 por mulheres da cidade fluminense de Mesquita, a Coomub reúne o trabalho de catadoras de material reciclável que se tornaram exemplos de boa conduta ambiental.
A iniciativa de criação da cooperativa foi tomada devido à falta de trabalho na região. “Começamos coletando o material reciclável e o levando ao ferro velho. Dois anos depois, conseguimos transformar esse trabalho em cooperativa”, conta Cibely Antônia, fundadora da Coomub.
Organizadas, as cooperadas aderiram a um programa de treinamento da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para regularizarem o trabalho e aprenderem noções de gestão. Atualmente, a Coomub é uma das maiores cooperativas da Baixada Fluminense e participa de licitações e concorrências para clientes do porte do Banco do Brasil e Petrobras.
Nesse sentido, as mulheres ganham cada vez mais funções de liderança também em cooperativas de participação mista. Segundo Maurício Alves, a capacidade gerencial das mulheres faz com que elas acabem assumindo funções organizacionais, enquanto os homens se dirigem à execução do trabalho.
No Brasil há cerca de sete mil cooperativas, sendo mais de mil no setor de crédito, que contam com mais de 9 milhões de cooperados. Sua principal vantagem – o propósito de desenvolvimento social – termina por ser, para alguns, também uma desvantagem. Isso ocorre porque o trabalho não é remunerado individualmente, e sim, repartido de forma igualitária entre o grupo.