Diariamente a gente se depara com notícias chocantes sobre crianças vítimas de abuso ou agressão sexual, não é mesmo? Ou então, famílias desestruturadas pela violência. Mas senti um alento no coração ao saber que essas vítimas recebem um acolhimento muito importante de uma associação de Curitiba, a Associação Fênix-Ações pela Vida.

Você conhece ou já ouviu falar dela?

Eu estive lá e fui muito animador. Essa associação atende crianças, adolescentes e jovens, vítimas de abuso ou violência sexual, além de pessoas com HIV, familiares das vítimas e de agressores em situação de liberdade assistida.

Conversei com a presidente, Sandra Dolores de Paula Lima, que há 17 anos comanda uma equipe de profissionais que buscam recuperar crianças, adolescentes e adultos de traumas difíceis de serem apagados. Segundo ela, é muito importante olhar para todos do núcleo familiar, para saber onde estão as feridas e quais são as causas de tamanha violência. Até porque, “Onde uma mulher apanha, há um filho que sofre. É um ciclo que não se rompe”. Essa frase da Sandra é a mais pura verdade.

Percebe o quanto é importante e desafiador atender vítimas, familiares e até agressores, neste contexto?

A Associação Fenix- Ações pela Vida foi fundada em 2006 e já atendeu mais de 30 mil vítimas de violência doméstica e abuso infantil. Infelizmente os números crescem, depois da pandemia, a situação da violência dentro das famílias só piorou.

Vou mostrar agora alguns dados preocupantes que torna o trabalho da Associação e da Sandra, importantíssimo nosso estado.

Um recente levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania mostra que foram registradas cerca de 17,5 mil violações sexuais contra crianças ou adolescentes no Brasil nos quatro primeiros meses deste ano. Os dados são do Disque 100 e revelam um crescimento de 70% no número de casos em relação ao primeiro quadrimestre de 2022.

Dados do Ministério da Saúde, de 2015 a 2021, mostra que foram notificados 202.948 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, sendo 83.571 contra crianças e 119.377 contra adolescentes. Em 2021, o número de notificações foi o maior registrado ao longo do período analisado, com 35.196 casos. Isso é muito sério.

Você sabia que a casa das vítimas é o local de ocorrência de 70,9% dos casos de violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos de idade e de 63,4% dos casos contra adolescentes de 10 a 19 anos?

Familiares e conhecidos são responsáveis por 68% das agressões contra crianças e 58,4% das agressões contra adolescentes nessas faixas etárias.

Outro relatório, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), indica que foram registrados 545 casos de violações sexuais contra crianças ou adolescentes na capital paranaense, em 2022. Os números foram levantados nos dados das notificações obrigatórias emitidas pela Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para Violência na capital paranaense. Meninos e meninas de 10 e 14 anos são as maiores vítimas na cidade, com 198 casos notificados.

Precisamos nos unir para mudar essa situação. Parabéns a Sandra Dolores de Paula Lima e a Associação Fênix-Ações pela vida, contem comigo sempre.

Para denunciar qualquer caso de violência sexual infantil, é necessário procurar o Conselho Tutelar, delegacias especializadas, autoridades policiais ou ligar para o Disque 100.

Denuncie!

Deputada Luciana Rafagnin e a presidente da Associação Fênix, Sandra Dolores de Paula Lima.

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