O presidente Lula destacou que a solidariedade é uma condição fundamental para a vida em sociedade.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que a solidariedade é um “pilar”, uma condição fundamental para a vida em sociedade. Como exemplo de solidariedade, o presidente citou as reformas tributária e da previdência. “A Previdência Social é um bom exemplo de convergência solidária. Por isso nós fizemos a sua reforma, para que ela se mantenha como uma ponte sólida entre gerações”, justificou, explicando que na Previdência, os jovens pagam hoje para sustentar os que pagaram antes, porque também serão beneficiados pelos que virão amanhã. A legislação tributária, segundo Lula, é outra ferramenta de solidariedade porque permite a distribuição de riqueza e evita a guerra fiscal, que “desarmoniza a federação e aprofunda os desequilíbrios regionais”. “É o que faz dela outra prioridade de nossa agenda”, ressaltou Lula. As declarações foram dadas pelo presidente durante cerimônia na Confederação Nacional do Comércio. O evento comemora o alcance da meta de implantação do programa Mesa Brasil, do Sesc, em todo o país. O programa faz a conexão entre empresas que têm alimentos excedentes e entidades que atendem à população carente.
Compromisso ético
O presidente ressaltou que considera um “compromisso ético” o Estado criar condições para que o individualismo ceda lugar ao consenso e à solidariedade com as pessoas que passam fome.
É “essa compreensão” que, segundo Lula, tem permeado as negociações das reformas e a criação de novas instâncias de discussão democrática.
“O desperdício é um escárnio de desigualdade, é o privilégio que vai para o lixo. Combatê-lo, portanto, é um compromisso ético e prático com a mudança”, disse.
Segundo o presidente, são “chocantes” os números do desperdício no Brasil, país que joga 14 mil toneladas de alimentos no lixo a cada ano, enquanto 46 milhões de pessoas sofrem de desnutrição.
Não é possível, afirmou Lula, construir uma sociedade justa, solidária e republicana como o Brasil quer ser, se os brasileiros não desenvolverem ações práticas para minimizar o sofrimento dos que passam fome.
“Não se trata de passar por cima de conflitos de interesse, porque a política existe justamente para legitimar o diálogo entre as diferenças. Mas se trata, sim, de reforçar convergências que nos permitam entender o interesse do outro como parte do nosso próprio interesse, sem o que fica muito difícil construir um projeto democrático de desenvolvimento social”, ressaltou.