Vítimas secundárias são os órfãos do feminicídio, crianças e adolescentes, que além do trauma de perderem a mãe, ficam desamparados, sem assistência médica, psicológica e econômica.

Vou dar um exemplo, depois de ter o lar destruído, a criança ou adolescente têm muita dificuldade de seguir em frente e o que já era ruim, tende a piorar com a ausência do pai que muitas vezes vai preso por cometer o crime ou foge por outros motivos. Essas crianças ou adolescentes acabam indo morar com parentes que muitas vezes não têm condições de arcar com novas despesas, ou seja, além do trauma emocional, a falta de cuidados adequados para as vítimas secundárias acabam desestruturando financeiramente, toda a família.

E se não bastasse, só no Paraná, até o meio do ano, foram 62 mulheres assassinadas pela condição de gênero, ou seja, quando a mulher morre simplesmente por ser mulher. É o que diz o mais recente relatório do Monitor de Feminicídios no Brasil, elaborado pelo Laboratório de Estudos de Feminicídio (Lesfem), iniciativa conjunta entre a UEL e universidades, coletivos e a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) de Londrina.

O nosso Estado amarga ainda a terceira posição no ranking de feminicídios absolutos em todo o Brasil, contabilizando os casos tentados e consumados nos primeiros seis meses do ano.

Segundo o relatório, foram identificados, com base em notícias veiculadas pela imprensa, 862 casos de feminicídios em todo o Brasil, entre os quais 599 consumados e 263 tentados. A média nacional, ainda, fica em 3,32 feminicídios consumados por dia.

Audiência Pública

Para debater os reflexos do feminicídio, vamos realizar na próxima terça-feira, 21, uma audiência pública na Assembleia Legislativa.

Proposta também pelas deputadas Cloara Pinheiro (PSD) e Cantora Mara Lima (Republicanos), o nosso objetivo é debater políticas públicas para amparar órfãos do feminicídio que necessitam de apoio psicológico e material.

Inclusive, eu apresentei um projeto de lei na Assembleia Legislativa que garante a essas vítimas o direito à assistência social, saúde, alimentação, moradia, educação e assistência jurídica gratuita.

Durante a audiência, vamos ouvir Flávia de Cassia Ferreira, vítima de tentativa de feminicídio. Ela foi atacada pelo companheiro durante a madrugada, enquanto dormia, em frente aos filhos, deixando sequelas permanentes na face; Joabe Caldas, filho de Rozelia Maria Martins Caldas, assassinada pelo marido e pelo enteado em Araucária, em janeiro deste ano e Lucielly Rodrigues, atualmente guardiã dos filhos de sua irmã, Suellen Helena Rodrigues, morta pelo ex-marido em 2022, além de especialistas em violência contra a mulher.

Acompanhe pela TV Assembleia e pelas nossas redes sociais, dia 21, terça-feira, a partir das 9 horas.

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